30 de dezembro de 2006

Domingo da Sagrada Família de Nazaré


A Família


1.- A familia está chamada a ser templo, ou seja, casa de oração: uma oração simples, cheia de esforço e de ternura. Uma oração que se faz vida, para que toda a vida se transforme em oração.


2.- Em uma família que reza não faltará nunca a consciência da própria vocação fundamental: a de ser um grande caminho de comunhão.
3.- A família é para os fiéis uma experiência de caminho, uma aventura cheia de surpresas, mas aberta principalmente à grande surpresa de Deus, que vem sempre de modo novo em nossa vida.


4.- O homem é essencialmente um ser social; com maior razão, pode-se dizer que é um ser "familiar".


5.- O futuro depende, em grande parte, da família, "esta porta consigo o futuro da sociedade; seu papel especialíssimo é o de contribuir eficazmente para um futuro de paz".


6.- Que toda família do mundo possa repetir com verdade o que afirma o salmista: "Vede como é doce, como é agradável conviver os irmãos reunidos" (Sl 133, 1).


7.- "O matrimônio e a família cristã edificam a Igreja. Os filhos são fruto precioso do matrimônio." (Familiaris Consortio 14, 16)


8.- A acolhida, o amor, a estima, o serviço múltiplo e unitário -material, afetivo, educativo, espiritual- a cada criança vinda a este mundo, deveria constituir sempre uma nota distintiva e irrenunciável dos cristãos, especialmente das famílias cristãs; assim as crianças, ao mesmo tempo em que crescem "em sabedoria, em estatura e em graça perante Deus e perante os homens", serão uma preciosa ajuda para a edificação da comunidade familiar para a santificação dos pais. (Familiaris Consortio, 1981)


9.- A família é "base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão durante toda a vida"


10.- Os pais têm direitos e responsabilidades específicas na educação e na formação de seus filhos nos valores morais, especialmente na difícil idade da adolescência.

Pensamentos de S.S.João Paulo II

23 de dezembro de 2006

O Presépio




Diante de Jesus nascido, a atitude de quem, ao longo do Advento,

velou, escutou, se comprometeu e foi solidário

é a de

adorar

o Filho de Deus, o Salvador.

IV DOMINGO DO ADVENTO



Nossa atitude desta semana: Ser Solidário

Ser solidário é partilhar com aqueles que precisam.
Para quem se inspira no Evangelho, a solidariedade é a consequência lógica da Encarnação. Pois se Deus é solidário connosco, também é natural que em todo o lugar e em todo o tempo os homens sejam solidários.
O tempo de Advento é o tempo oferecido aos crentes para imitar Deus na sua solidariedade
.

Oração

Senhor
Como Maria,também a nossa alma te fala
E glorifica
Por teres feito grandes coisas por nós.
(Adaptado da proposta da Mensagem n.381)

21 de dezembro de 2006

Miqueias


Eis o que diz o Senhor:«De ti, Belém-Efratá,
pequena entre as cidades de Judá,
de ti sairá aquele que há-de reinar sobre Israel...» (Miq.5,1)
O profeta Miqueias era natural de Moréchet (1,1), provavelmente Moréchet-Gat, uma aldeia de Judá, 35 km a sudoeste de Jerusalém, numa região próxima da Filisteia. Era uma terra de camponeses, mas não isolada, uma vez que à sua volta se encontravam fortalezas importantes de Judá (Azeca, Marecha e Láquis). As incursões assírias e todos os problemas relacionados com militares e funcionários reais que acudiam àquela zona geravam instabilidade e abusos, de que as principais vítimas eram os pequenos proprietários de terras.
O título do livro situa a actividade do profeta nos reinados de Jotam, de Acaz e de Ezequias; entre 740 e 698 a.C., aproximadamente. As suas intervenções contra a injustiça social e a exploração a que são votados os camponeses enquadram-se perfeitamente nesta época. Miqueias actuou no reino do Sul na mesma altura de Isaías.
MIQUEIAS usa uma linguagem viva e dinâmica, tornando-se um dos grandes defensores da justiça. Preocupa-o a situação daqueles que, espoliados dos seus bens, se convertem em presa fácil na mão dos poderosos. Estes são os grandes proprietários de terras, as autoridades civis e militares, os sacerdotes e os falsos profetas; Do outro lado temos o povo, vítima dos desmandos dos poderosos: os que não têm terras nem casas, os órfãos e todos os oprimidos.
MIQUEIAS anuncia o castigo a Jerusalém e à Samaria, principais focos das injustiças e arbitrariedades e da duplicidade de interpretações das tradições antigas. Mas o profeta reconhece também a validade das promessas; por isso proclama a esperança num futuro de justiça para o resto de Jacob, pelo caminho da humildade e da conversão. Não se limita, pois, a denunciar e a anunciar o castigo, mas também promete a conversão e a salvação.

18 de dezembro de 2006

Nossa Senhora do Ó





Tempo de gravidez e esperança.
A liturgia católica evoca a partir do dia 17, Nossa Senhora do Ó.
“Esta evocação refere-se a Nossa Senhora de expectação, da esperança”
A presença de Maria na liturgia do Advento tem um profundo sentido de exemplaridade. Assim como Deus pôs os olhos na humildade da sua serva, do mesmo modo os põe em cada crente que a imita. A exemplaridade de Maria há-de ser ponto de referência para a lgreja e para cada crente que, em continuidade com ela, têm a missão de preparar o mundo para a última vinda de Cristo Salvador.

Sofonias


O nome Sofonias, em hebraico Sefanya, significa "Deus protegerá", é um dos profetas menores. Pregou em Judá no reinado de Josias antes do ano 622 a.C. É contemporâneo de Naum e de Jeremias.

Sofonias distingue-se pelo rigor moral, rude clareza e franqueza absoluta, simplicidade e energia, baseadas na certeza da acção de Deus na história. Denuncia as injustiças, a idolatria, todo o abuso da autoridade.

A profecia de Sofonias enquadra-se no tempo do rei Josias (640-609). "A mensagem de Sofonias", resume-se num anúncio do Juízo de Deus para castigar os culpados, catástrofe que atingirá tanto as nações estrangeiras quanto Judá. O Estado de Judá é condenado por suas falhas religiosas e morais, inspiradas pelo orgulho e a revolta (3,1.11). Sofonias possui uma noção profunda do pecado: é um atentado pessoal contra o Deus vivo. O castigo das nações é uma advertência (3,7), que deveria reconduzir o povo à obediência e à humildade (2,3), e a salvação só é prometida a um "resto" humilde e modesto (3,12-13). O messianismo de Sofonias reduz-se a este horizonte, que é, sem dúvida, limitado, mas que descobre o conteúdo espiritual das promessas.

Na época de Sofonias o país está desvastado por uma invasão dos Assírios
No centro de suas profecias estão as críticas políticas e religiosas, dirigidas tanto aos ministros e os príncipes da corte, quanto aos que aderiram aos costumes estrangeiros.

17 de dezembro de 2006

Que devemos fazer?


A homilia que hoje escutei interpelou-me de forma especial e talvez não só a mim.
Sobre o Evangelho o padre contou uma história, lida num lugar qualquer.
«Era uma família onde havia uma avó já muito velhinha e por ser velhinha já tinha muitas dificuldades em se movimentar, já não tinha a força e a agilidade dos filhos e muito menos dos netos. Por vezes, deixava cair comida fora do prato, outras vezes derramava o copo da água, e a família já estava farta desta "sujeira" à mesa. Então, pensaram e fizeram, arranjaram uma pequena mesa e colocaram a mãe lá num cantinho, junto à despensa. As refeições da pobre senhora eram passadas com os olhos rasos de lágrimas, a ver a sua família sentada à mesa. A família, apenas olhava para ela para lhe deitar um olhar reprovador, porque tinha deixado cair uma colher ou um garfo. E, assim, ia passando os dias desta avó.
Certo dia, estava a neta mais nova a brincar com peças de Lego e o pai perguntou-lhe:
-O que estás a fazer?
Ao que a menina respondeu:
-Estou a fazer duas mesinhas, uma para ti e outra para a mãe, para quando vocês forem velhinhos como a avozinha.»
E à pergunta do Evangelho de hoje respondo: - Posso não saber o que devo fazer, mas de certeza que não quero ensinar os meus filhos a fazerem mesas para os nossos velhinhos.

16 de dezembro de 2006

O Presépio

Moveram-se os profetas, José e Maria, os pastores,... e nós também!

III DOMINGO DO ADVENTO


Nossa atitude desta semana:
Comprometer-se

O Natal é uma festa que gera movimento.
Moveram-se os profetas, José e Maria, os pastores, os reis Magos.
Deus veio para mudar a face da terra. Para tirar o homem das suas debilidades, para o ajudar a edificar a paz e a justiça, para lhe ensinar os caminhos da felicidade, para lhe fazer compreender que todo o ser humano nasceu à imagem de Deus.
O Advento não é tempo para ficar parado à espera que algo aconteça, pois a atitude mais activa é esperar por Cristo e comprometer-se com Ele.


Oração

Senhor
Como poderei preparar-me e preparar a tua vinda?
Como poderei ajudar os outros a prepararem-se?
Dá-me forças para ser uma pessoa solidária,Aberta e disposta a acolher todos os que batem à minha porta.

15 de dezembro de 2006

Procuro-te

Neste Advento convidas-me a escutar-te
Não esperas de mim nem façanhas, nem êxitos.

Esperas por mim, meu Deus e Senhor,
no santuário íntimo da minha consciência.

E é lá onde tu te revelas e eu descubro
na tua presença o sentido da minha vida.

Contigo encontrarei o segredo da felicidade.

13 de dezembro de 2006

João Baptista



João Baptista é uma das grandes figuras do Advento, é-nos apresentado como o precursor de Jesus, os quatro evangelhos citam o profeta Isaías «Uma voz clama no deserto: Preparai os caminhos do Senhor, e endireitai as suas veredas» (Is.40,3) para nos apresentar João Baptista como alguém eleito por Deus para anunciar a vinda do Messias.
João é a linha divisória entre o Antigo e o Novo Testamento. Ele personifica o antigo e o anúncio do novo.
João era filho de Zacarias, sacerdote que servia no templo de Jerusalém, Isabel sua mãe era descendente de Aarão (Lc.1,5), eram um casal idoso que não tinha filhos. A história do nascimento de João é narrada apenas por Lucas. Em Lucas do capítulo 1,5 até ao capítulo 2,35, podemos ver como o evangelista nos vai alternando a narração referente a João e a Jesus, desde o Anúncio do nascimento até à circuncisão e apresentação no Templo.

11 de dezembro de 2006

Baruc


Baruc significa “Bendito” ou “Deus bendisse”
O nome dado a este autor é certamente um pseudónimo.
No livro de Jeremias, Baruc é apresentado como escriba ou secretário do profeta (Jr.36,4-32), viveu no século VII aC..Está ligado a algumas etapas da vida de Jeremias, chegou a fazer-se porta-voz do profeta junto dos exilados e acompanhou-o na sua fuga para o Egipto (Jr.43,1-7).
Este autor denota influências dos profetas da época do Exílio, especialmente Jeremias, Ezequiel, 2ºIsaías.

9 de dezembro de 2006

O Presépio


Continuamos a preparar o nosso presépio nesta segunda semana do Advento.

II DOMINGO DO ADVENTO


Nossa atitude desta semana: Escutar

Escutar é recusar tudo o que pode distrair os nossos ouvidos,
nossa mente, o nosso espírito.
Escutar é receber o outro com os seus sonhos, desejos,
com os seus desgostos e os seus medos.
Advento é tempo de escuta
porque é tempo de interiorizarmos a Palavra
que veio para habitar em nós.

Oração

Senhor
Pedes com insistência que te preparemos o caminho.
Acreditas que vamos conseguir?
Dá-nos uma só palavra
E realizaremos contigo maravilhas maiores
(Adaptado da proposta da Mensagem n.381)

8 de dezembro de 2006

Imaculada Conceição


Na Península Ibérica a devoção à Imaculada Conceição já existia desde o séc. VII, pois no X Concílio de Toledo havia-se fixado como sua festa principal o dia 8 de Dezembro. Neste Concílio, celebrado em 656, participaram vários bispos de cidades que seriam futuramente portuguesas. No séc. XII, os breviários consignavam a devoção à Imaculada Conceição.
Em 1640 sobe ao trono D.João IV, em circunstâncias muito difíceis para a nossa Pátria, que recupera a independência perdida há 60 anos. E soube D.João IV render a Santa Maria a sua gratidão pelo bom êxito de tais acontecimentos, consagrando Portugal e todos os seus domínios de aquém e além-mar a Nossa Senhora da Imaculada Conceição. O Papa Clemente X, pelo breve Eximia dilectissimi, de 8 de Maio de 1671, vinha confirmar solenemente a eleição de Nossa Senhora da Conceição como Padroeira de Portugal.

6 de dezembro de 2006

Jeremias



Jeremias é um dos profetas que escutamos neste Advento. O nome Jeremias significa: "Deus me eleva".
Nasceu por volta do ano 650aC, em Anatot, aldeia da tribo de Benjamim, situada a 5 Km de Jerusalém, de uma família de ascendência sacerdotal. Jeremias viveu num dos períodos mais conturbados da história de Israel: o fim do Reino de Judá e a destruição de Jerusalém(587-586aC) pelo império da Babilónia. Foi chamado à sua vocação profetica ainda jovem, compreende que Deus o chama para falar ao seu povo. Jeremias tenta mudar o coração dos seus contemporâneos. Pede-lhes para pensarem nos outros, para procurarem Deus. Umas vezes é escutado, outras é perseguido e preso.
A sua obra oferece-nos inumeros dados da sua vida pessoal e social e também dados históricos relativos ao seu tempo.

5 de dezembro de 2006

Isaías o profeta do Advento


Apesar de nos Domingos do Advento do ano C se escutar, na 1ª leitura, os profetas Jeremias, Baruc, Sofonias e Miqueias, durante os dias feriais (dias da semana) escuta-se predominantemente o profeta Isaías.

O livro de Isaías é composto por três partes, que só a primeira se pense que é obra do profeta, pois são distintas na época, na temática, na inspiração literária e nos autores.
É uma obra de 66 capítulos.

Primeiro de Isaías: Capitulo 1 a 39
Nasceu cerca do ano 760 aC. Era de família nobre de Jerusalém, homem de elevada cultura.
Viveu numa época muito agitada.
Exerceu o seu ministério no tempo dos Reis de Judá. Profeta ligado à corte, mas não dependente dos reis.
Sempre livre, pronto a criticar os pecados dos reis, dos nobres e do povo em geral. Está próximo do seu povo, denuncia uma religião fechada. Convida a mudar de coração e anuncia a vinda do Messias.
Teve uma personalidade de tal modo forte que a tradição funde na sua pessoa às três partes que compõem o Livro de Isaías.

Segundo Isaías: Capítulos 40 a 55
Os especialistas concordam em dizer que a partir do capítulo 40 se trate de outro autor. O estilo é mais simples, mais conciliador, mais caloroso. A história destes poemas narrativos tem a ver com o regresso dos judeus do cativeiro da Babilónia. Este profeta exerceu o seu ministério durante a última parte do exílio babilónico, entre os anos 587-538aC.

Terceiro Isaías: Capitulo 56 a 66
Esta terceira parte situa-se entre os anos 445-397aC. O povo hebreu regressou à Palestina, já não teme o inimigo, mas os judeus infiéis. O profeta defende a minoria piedosa e condena os que permaneceram num semipaganismo.

3 de dezembro de 2006

Oração em família

A Igreja reza pela família cristã e educa-a a viver em generosa coerência com o dom e o dever sacerdotal, recebido de Cristo Sumo Sacerdote. Na realidade, o sacerdócio baptismal dos fiéis, vivido no matrimónio-sacramento, constitui para os cônjuges e para a família o fundamento de uma vocação e de uma missão sacerdotal, pela qual a própria existência quotidiana se transforma num «sacrifício espiritual agradável a Deus por meio de Jesus Cristo»(149): é o que acontece, não só com a celebração da Eucaristia e dos outros sacramentos e com a oferenda de si mesmos à glória de Deus, mas também com a vida de oração, com o diálogo orante com o Pai por Jesus Cristo no Espírito Santo.
A oração familiar tem as suas características. É uma oração feita em comum, marido e mulher juntos, pais e filhos juntos. A comunhão na oração é, ao mesmo tempo, fruto e exigência daquela comunhão que é dada pelos sacramentos do baptismo e do matrimónio. Aos membros da família cristã podem aplicar-se de modo particular as palavras com que Cristo promete a sua presença: «Digo-vos ainda: se dois de vós se unirem, na terra, para pedirem qualquer coisa, obtê-la-ão de Meu Pai que está nos Céus. Pois onde estiverem reunidos, em Meu nome, dois ou três, Eu estou no meio deles».

A oração familiar tem como conteúdo original a própria vida de família, que em todas as suas diversas fases é interpretada como vocação de Deus e actuada como resposta filial ao Seu apelo: alegrias e dores, esperanças e tristezas, nascimento e festas de anos, aniversários de núpcias dos pais, partidas, ausências e regressos, escolhas importantes e decisivas, a morte de pessoas queridas, etc., assinalam a intervenção do amor de Deus, na história da família, assim como devem marcar o momento favorável para a acção de graças, para a impetração, para o abandono confiante da família ao Pai comum que está nos céus. A dignidade e a responsabilidade da família cristã como Igreja doméstica só podem pois ser vividas com a ajuda incessante de Deus, que não faltará, se implorada com humildade e confiança na oração.
(EXORTAÇÃO APOSTÓLICAFAMILIARIS CONSORTIODE SUA SANTIDADE JOÃO PAULO II nº59)

Oração

Senhor
Todos Te gritamos: Vem!
Mas será que queremos a tua vinda?
Muda o nosso coração,
Para que de verdade chegue o dia
Em que todos clamarão como nos primeiros tempos:
Maranatha! Vem, Senhor Jesus!

2 de dezembro de 2006

O Presépio

Nesta primeira semana do Advento, vamos começar a preparar o nosso presépio.
Começamos por arranjar um local, uma cabana para abrigar o Menino Jesus.
Pois queremos que Maria e José encontrem um lugar para ficar.



I Domingo do Advento



Nossa atitude desta semana: Velar

Estar atento, ter o coração acordadon e ter os olhos abertos.
No advento, velar é abrir as nossas portas, é transformar as próprias palavras, as acções e acolher todos os que chegam em nome do Senhor.
É levar o Evangelho nas mãos e no coração.

Oração

Senhor
Todos Te gritamos: Vem!
Mas será que queremos a tua vinda?
Muda o nosso coração,
Para que de verdade chegue o dia
Em que todos clamarão como nos primeiros tempos:
Maranatha! Vem, Senhor Jesus!

(Adaptado da propostada Mensagem n.381)

1 de dezembro de 2006

Cores Litúrgicas

Com o iniciar de um novo tempo litúrgico, algumas alterações são notadas nas celebrações, entre elas é a cor das vestes litúrgicas
As diferentes cores das vestes litúrgicas visam manifestar externamente o carácter dos mistérios celebrados, e também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do ano litúrgico. No princípio havia uma certa preferência pelo branco. Não existiam ainda as chamadas "cores litúrgicas". Estas cores foram fixadas em Roma no século XII. Em pouco tempo os cristãos do mundo inteiro aderiram a este costume.







-Branco-

Usado na Páscoa, no Natal, nas Festas do Senhor, nas Festas de Nossa Senhora e dos Santos, excepto dos mártires. Simboliza alegria, ressurreição, vitória, pureza e alegria.

-
Vermelho-

Lembra o fogo do Espírito Santo. Por isso é a cor de Pentecostes. Lembra também o sangue. É a cor dos mártires e da sexta-feira da Paixão.

-
Verde-

Se usa nos domingos do Tempo Comum e nos dias da semana. Está ligado ao crescimento, à esperança.

-
Roxo-
Usado no Advento e na Quaresma. É símbolo da penitência e da serenidade. Também pode ser usado nas missas dos defuntos e na confissão.

-
Preto-

É sinal de tristeza e luto. Hoje é pouco usado na liturgia.

-
Rosa-

O rosa pode ser usado no 3º domingo do Advento (Gaudete) e 4º domingo da Quaresma (Laetare). (São os chamados Domingos da alegria). Também é pouco usado.

29 de novembro de 2006

As grandes figuras do Advento:

ISAIAS
Isaías é entre os profetas aquele que aparece como um momento de esperança em toda a literatura profética. Foi aquele que através da história do povo foi capaz de acolher a esperança de outros dias. A capacidade que Isaías tem de anunciar a esperança, de ver que dias virão, dias diferentes, faz com que ele seja acolhido e ouvido. É o grande profeta do Advento.
JOÃO BAPTISTA


João Baptista é o homem do viver austero e da palavra cortante. Desaparece diante de Cristo. Ao ver Jesus Cristo presente, João é capaz de desaparecer para que Cristo apareça. Verdadeiramente na sua humildade, é o preparador mais próximo da vinda de Jesus.
MARIA
Maria é o modelo dinâmico das atitudes do Advento, a voz de acção de graças de um povo que está grato pela salvação. Maria é também expressão da atitude pobre e humilde própria de quem experimenta a chegada da salvação. Maria encarna uma atitude de expectativa, de confiança, que deixa que Jesus vá aparecendo, se vá gerando. A sua entrega e humildade deu firmeza às suas atitudes. Recorde-se a firmeza do seu SIM.

A COROA DO ADVENTO


No próximo Domingo será o I Domingo do Advento. É o início do ano litúrgico, tempo precioso de preparação para o Natal. São quatro domingos e para marcar esse tempo comecemos a preparar a Coroa do Advento.
A origem da coroa do Advento remete-nos aos povos da Alemanha, que durante a escuridão do Inverno faziam a união de luzes ao redor das folhas verdes, na expectativa da primavera que renovaria a natureza. A origem deste costume é pagã. Os cristãos assimilaram estas tradições, marcando a espera do natal (nascimento de Jesus, luz do mundo) com a confecção de uma coroa luminosa, nos mesmos moldes das antigas tradições germânicas.
O cristianismo dá, então, sentido a esta linguagem e integra-a na sua liturgia e facilmente se descobre, na coroa do advento, uma afinidade com outras práticas tradicionais, nomeadamente o rito do “lucernário”(o acender da luz ao cair da noite); na sua forma circular, símbolo primordial da eternidade; na cor verde vegetal, sinal de vida e esperança.
As quatro velas que progressivamente se vão acendendo, semana após semana, até ao Natal, aponta o caminho das trevas para a luz, como nos diz o profeta Isaias: "o povo que andava nas trevas viu uma grande luz".

A Coroa é um círculo de folhas verdes com alguns enfeites e quatro velas. Cada vela indica um domingo do Advento. Não há nenhuma norma para a cor das velas. Podem ser todas brancas ou de diversas cores. Pode-se fazer também um arranjo de folhas verdes e flores com um castiçal de quatro velas. Há mil maneiras para se fazer a coroa. Ela é colocada em cima de uma mesa, na entrada da casa. Nas Igrejas são colocadas na entrada, no lado de fora, ou dentro pendurada no teto, em cima de uma mesa ou ainda num pedestal.
Que este símbolo do Advento não falte em nossas casas e nas nossas Igrejas.

27 de novembro de 2006

EVANGELHO DE S. LUCAS


S. Lucas é o Evangelista do Ano litúrgico C. Ao percorrermos o Leccionário dominical podemos ver que as leituras do Evangelho, no decorrer do ano C, são quase todas retiradas do Evangelho de S. Lc. Principalmente durante o Tempo Comum é feita uma leitura contínua. E se tivermos uma visão global desse Evangelho poderemos compreender melhor o ritmo da sua leitura.
Podemos encontrar delineado o seguinte esquema:
Prólogo : Lc1,1-4
Anuncia o tema, o método e o fim da sua obra.
Infância de Jesus: Lc.1,5 – 2,52
É constituída por uma longa introdução do anúncio do nascimento de Jesus e pela narrativa do nascimento de Jesus.
Ministério na Galileia: Lc.3,1 – 9,50
Narra o prelúdio da missão messiânica (3,1-4,13); a missão de Jesus na Galileia (4,14-9,50), a sua atitude face às multidões, aos primeiros discípulos e aos adversários(4,31-6,11), o seu ensino aos discípulos (6,12-7,50); a ligação estreita dos doze à sua missão (8,1-9,50).
Partida e Subida a Jerusalém. Lc.9,51 – 19,28
Desenvolve-se no quadro da subida de Jesus a Jerusalém. O esquema literário de Lucas é original, mas artificial, pois não demonstra continuidade geográfica nem progressão doutrinal. O autor reúne uma série de elementos, colocando-os na perspectiva do evento pascal, a consumar-se na cidade de Jerusalém.
Ministério em Jerusalém: Lc. 19,29 – 24,56
Fala do cumprimento efectivo da salvação em Jerusalém em três partes: o ensino de Jesus no Templo(20,21), a narração da Paixão(22,23) .
Epílogo: Ressurreição – Aparições – Promessa do Espírito: Lc. 24,1-53
Faz a narração da Páscoa. Omite a tradição das aparições na Galileia e situando todos os acontecimentos pascais em Jerusalém. Lucas põe em evidência o lugar central daquela cidade na História da Salvação.

Composição e data:
Na composição do seu Evangelho Lucas utilizou grande parte de materiais comuns a Marco e Mateus, além dos que lhe são próprios e dos contactos com o Evangelho de João. A arte e sensibilidade de Lucas manifestam-se na sobriedade das suas observações, na delicadeza de atitudes, no dramatismo de certas narrações, no sentido de misericórdia das cenas com pecadores, mulheres e estrangeiros.
A composição deste Evangelho é situada por volta dos anos 80-90.
Segundo uma tradição antiga (santo Ireneu), o autor é Lucas, médico, discípulo de Paulo. Pelas suas características este Evangelho encontra-se mais próximo da mentalidade do homem moderno: pela sua clareza, pelo cuidado nas explicações, pela sensibilidade e pela arte do seu autor.
Lucas mostra o Filho de Deus como Salvador de todos os homens, com particular atenção aos pequeninos, pobres, pecadores e pagãos.

26 de novembro de 2006

Rei do Universo



Este Menino tão pequenino é Rei do Universo.
É Rei porque é Deus que se fez homem como nós.
«É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz». (Jo.18,37)

24 de novembro de 2006

Entendendo o Ano Litúrgico

Na Liturgia os Anos Litúrgicos são divididos em Ano A - Ano B e Ano C.
- Ano Litúrgico A = Segue o Evangelho de São Mateus.

- Ano Litúrgico B = Segue o Evangelho de São Marcos.
- Ano Litúrgico C = Segue o Evangelho de São Lucas.

O Ano Litúrgico que vamos viver (ano 2007) é o Ano Litúrgico C. Isto quer dizer que escutaremos predominantemente o Evangelho de São Lucas.
Como calcular o ano litúrgico e descobrir em que ano estamos?
É fácil. Como regra geral podemos dizer que "todo múltiplo de três é ano C".


Assim basta calcular.
Por exemplo:
2001 é 2+0+0+1 = 3 = Ano C
2002 é 2+0+0+2 = 4 (3+1) = Ano A
2003 é 2+0+0+3 = 5 (3+2) = Ano B
2004 é 2+0+0+4 = 6 (é múltiplo de 3) = Ano C
2005 é 2+0+0+5 = 7 (3+3+1) = Ano A
2006 é 2+0+0+6 = 8 (3+3+2) = Ano B
2007 é 2+0+0+7 = 9 (é múltiplo de 3) = Ano C


PORTANTO, VAMOS ENTRAR NO ANO "C" COM TODAS AS LEITURAS BÍBLICAS PRÓPRIAS PARA ESTE ANO.

23 de novembro de 2006

Cristo Rei do Universo


Jesus Cristo é o Rei do Universo e de cada um de nós

É uma das solenidades mais importantes do calendário litúrgico, porque se celebra Cristo Rei do Universo. O seu Reino é um Reino de verdade e de vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz.

A festa de Cristo Rei foi instituída pelo Papa Pio XI em 11 de Março de 1925.
O Papa quis motivar os católicos a reconhecerem em público que a cabeça da Igreja é Cristo Rei.

Ao encerrar o ano litúrgico com esta festa quis se realçar a importância de Cristo como centro de toda a história universal. Ele é o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim. Cristo reina através de todos nós com a sua mensagem de amor, justiça e serviço. O Reino de Cristo é eterno e universal, quer dizer, é para sempre e para todos os homens.

Esta festa tem um sentido escatológico pois celebramos Cristo como Rei de todo o Universo. Sabemos que este Reino já começou, pois fez-se presente na terra a partir da sua vinda ao mundo há mais de dois mil anos.

A Igreja tem a incumbência de anunciar a Boa Nova e fazer crescer o Reino de Jesus Cristo entre os homens. E para que Jesus reine em nossas vidas, em primeiro lugar temos que conhecer Jesus Cristo. A leitura e reflexão do Evangelho, a oração e os sacramentos são os meios para conhecê-Lo e dos quais se recebe a graça que vai abrindo o nosso coração ao Seu amor.

Com a festa de Cristo Rei se conclui o ano litúrgico.

22 de novembro de 2006

O Ano Liturgico na História



No início todos os domingos eram dia de Páscoa. No século I a Páscoa começa a ser celebrada anualmente. No Século IV, além da Vigília Pascal, é celebrado o Tríduo do Senhor Crucificado, Sepultado e Ressuscitado. O jejum de dois dias (Século III) passa a ser de uma semana, e depois, de 40 dias. Tempo de preparação dos catecúmenos para o baptismo. Tempo de reconciliação e penitência. Disso restou o costume da imposição de cinzas na quarta-feira em que inicia a Quaresma. Foram apresentadas as comemorações da Ascensão e de Pentecostes. Estava formado o Ciclo Pascal. Nessa época é definido no ocidente o dia do Natal. Essa data foi tomada de empréstimo da Festa do Sol, uma festa pagã. Os cristãos viam em Jesus o verdadeiro Sol de Justiça. Estava se formando o Ciclo de Natal. Estes dois ciclos festivos são as colunas mestras do Ano Litúrgico. Na Idade Média são introduzidas as seguintes festas dogmáticas: Santíssima Trindade (1000), Corpus Christi (1246), Sagrado Coração de Jesus (1756) e Cristo Rei (1925). Além disso, Maria e os santos também têm seu lugar na Liturgia. Desde muito cedo os cristãos veneravam aqueles que pelo martírio haviam se tornado testemunhas de Cristo. Desde o Século II São Policarpo de Esmirna já era venerado na Liturgia. Depois vieram os Apóstolos e todos os que haviam sido perseguidos por causa do nome de Jesus.

21 de novembro de 2006

ADVENTO II




O advento inicia-se com o Domingo que ocorre em 30 de Novembro ou mais próximo desse dia, dura 4 semanas. O Advento deixou de ser considerado um tempo penitencial, para ser principalmente um «tempo de alegre expectativa». Isto é claro na reforma litúrgica do Calendário, no qual se nota um compromisso entre duas perspectivas:
«O tempo Advento tem dupla característica: é tempo de preparação para a solenidade do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus aos homens; simultaneamente é tempo em que, comemorando esta primeira vinda, o nosso espírito se dirige para a expectativa da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por estes dois motivos, o Advento apresenta-se como um tempo de piedosa e alegre expectativa» (Normas Gerais sobre o Ano Litúrgico, 39)


A esta dupla característica correspondem duas partes bem diferenciadas:
-Até 16 de Dezembro predomina a dimensão escatológica
-A partir de 17 de Dezembro passa para primeiro plano a preparação próxima do Natal.


O Leccionário dominical propõe-nos 3 ciclos durante o Advento:


  • No Domingo I domina a perspectiva escatológica, com o anúncio do Juízo e do Dia do Senhor; é preciso estar atentos aos sinais, não se pode ver Deus directamente, mas há sinais que nos ajudam a descobri-Lo.

  • No Domingo II e III, o protagonista é João Baptista, caracterizando-se ainda o Domingo III pelo tema da alegria; João Baptista é o mensageiro da conversão. Há um apelo à conversão como na Quaresma, mas uma conversão que tem um tom diferente, esta preparta-nos para acolher um Dom.

  • No Domingo IV apresenta-se a preparação próxima da Vinda histórica do Senhor(Anunciação a José[AnoA], a Maria [AnoB] e a Isabel [AnoC])


Durante este tempo:

  • 1ª Leitura é profetica, quase sempre Isaías (Ano A: Proto-Isaías; Ano B: Dêutero-Isaías; Ano C: outros profetas:Jeremias, Baruc, Sofonias, Miqueias).
  • 2ª Leitura é dirigida ao presente dos cristãos, ajudando-os a adoptar as atitudes próprias deste tempo, com exortação à vigilância e à conversão, é quase sempre de S.Paulo (mas também de 2Pd, Tiago e Hebreus).

20 de novembro de 2006

ADVENTO I



Através do Ano Litúrgico a Igreja propõe que entremos num ritmo comum. Cada um poderia viver os gestos de Cristo à sua maneira e seu jeito. O Ano Litúrgico pretende ajudar-nos a entrar no mesmo dinamismo, assim os cristãos, vão actualizando permanentemente o Mistério de Cristo, e o vão revivendo. É este o sentido do Ano Litúrgico, que “dura um ano solar durante o qual a Igreja celebra a obra salvífica de Cristo, realizada através de uma comemoração sagrada em dias determinados ao longo do ano”.(SC 12)

Mas nem sempre existiu a actual estrutura do ano litúrgico, foi sendo criada aos poucos.
A primeira festa foi a Páscoa. Foi comemorada continuamente, como momento da morte e Ressurreição de Jesus. Depois à volta da Páscoa, foi surgindo um ciclo de preparação e continuação, a Quaresma e o Tempo Pascal. Só no século IV é que começa a aparecer um tempo de preparação para o Natal. O Natal começa por ser uma festa oriental, da epifania, da manifestação de Jesus. Não era uma festa de cariz histórico. Mesmo hoje celebramos o nascimento de Jesus a 25 de Dezembro, mas não sabemos as datas históricas, ao contrário da data da Páscoa que sabemos Ter sido próxima do dia 14 de Nisan, do calendário judaico. A data do Natal provém de confluência de festas pagãs, que foram substituídas por festas cristãs.

Advento tempo de espera, tempo em que dizemos
Maranatha - Vem Senhor Jesus.

Advento significa chegada, corresponde à palavra grega Parusia, a chegada ou a vinda de uma personagem importante, chegada de um rei, de uma personagem importante depois de um grande feito. É essa a perspectiva que esta presente neste tempo. Nós celebramos um advento histórico que já foi e um advento que continua hoje. É um advento que celebra o passado no presente e que aponta para um advento futuro, a última vinda.. Ao celebrarmos a vinda de Jesus à História, o Natal, não nos limitamos à uma esperança igual a dos Profetas, pois eles estavam à espera do Messias, não é lembrar uma situação que já não existe. Nós celebramos, fazemos memória desse momento histórico. É um tempo que nos acorda, que nos convida a estar vigilantes e nos faz um apelo através de João Baptista, que nos aponta o caminho. João Baptista é uma das figuras características do Advento.

18 de novembro de 2006

XXXIII Tempo Comum



Seguindo o estilo das narrativas apocalípticas, o Evangelho deste domingo utiliza imagens fortes: "o sol vai ficar escuro, a luz não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu, e os poderes do espaço ficarão abalados". Em meio a todos esses sinais, vai-se manifestar o poder e a majestade de Deus pela manifestação gloriosa do Filho do Homem. "Ele enviará os anjos aos quatro cantos da terra e reunirá as pessoas que Deus escolheu". É a hora do julgamento dos que se opuseram ao projeto de Deus e da salvação de todos quantos resistiram permanecendo fiéis. O Evangelho traz duas sentenças solenes. A primeira refere-se à lógica da figueira, a partir da qual Marcos ressalta que, diante dos factos e das perseguições, os cristãos devem discernir e esperar confiantes a acção de Deus. É um aviso de que, dos escombros das estruturas do velho mundo, brotarão um novo céu e uma nova terra. A segunda sentença evoca o desconhecimento "quanto ao dia e a hora em que estas coisas acontecerão". "Só o Pai, e mais ninguém, sabe o dia e a hora em que o Reino de Deus atingirá o seu pleno cumprimento".
Tudo passará. Permanecerá aquilo que a escuta da Palavra concretizou: a vivência do amor, os gestos de caridade solidária, a promoção da justiça e da paz. No presente e para que a convivência social não se transforme em um "fim de mundo", a mensagem de Jesus ressuscitado impulsiona os seus seguidores a empenhar-se em acções solidárias que alimentem a confiança de que "um mundo melhor é possível".

15 de novembro de 2006

OS SÍMBOLOS DO NATAL





O Natal é uma das grandes festas dos cristãos, seus símbolos são maravilhosos, mas não podemos esquecer o principal: é a festa do nascimento de Jesus Cristo, do nosso Salvador.
Por mais brilho, luzes, arranjos, presentes que esta quadra envolva, temos que ter bem presente que Jesus veio até nós para nos mostrar o caminho da fé, da esperança e do amor.

Advento
Antes da vinda. Tempo de preparação do Natal, para a vinda do Cristo-Menino. Compreende os quatro domingos que antecedem o Dia de Natal. As famílias cristãs costumam fazer a preparação do Natal com a Coroa do Advento. Monta-se uma coroa de ramos de pinheiro adornada com fitas vermelhas, com quatro velas que simbolizando Jesus Cristo, a luz do mundo. A cada domingo, até o Natal, uma vela por vez é acesa por um membro da família, à hora do jantar, seguindo-se uma oração. No quarto domingo todas as velas estarão acesas.

Coroa do Advento
A coroa do advento é o primeiro anúncio do Natal, começa a aparecer no início do advento, quatro semanas antes do Natal.
A coroa, é uma grinalda verde, sinal de esperança e vida, enfeitada com uma fita vermelha, que simboliza o amor de Deus que nos envolve, e também a manifestação do nosso amor, que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus.
Na coroa encontramos 4 velas, uma para cada semana do advento. A cada domingo, até o Natal, uma vela por vez é acesa por um membro da família, à hora do jantar, seguindo-se uma oração. No quarto domingo todas as velas estarão acesas. As velas acesas simbolizam a nossa fé, nossa alegria pelo Deus que vem.

Presépio
É a representação do local do nascimento de Cristo com as figuras do Menino Deus, de José, Maria, animais, pastores e magos. É montado em igrejas, residências, casas comerciais e lugares públicos. O primeiro presépio foi feito em 1223 por São Francisco de Assis, nas redondezas de Greccio, Itália. Dizem que, passeando por uma floresta, encontrou um estábulo abandonado. No outro dia trouxe para ele uma estátua de criança, colocando-a sobre a palha. Os animais que acompanhavam o santo ficaram em volta da estátua. As pessoas da região foram ver o que estava acontecendo e entoaram cânticos de Natal. Como São Francisco via que as igrejas ficavam desertas na Noite de Natal, pediu ao papa para fazer uma réplica de gruta nos templos. Autorizado, montou o primeiro presépio com figuras humanas verdadeiras. O costume difundiu-se até chegar ao ponto de se reduzir o tamanho e poder ser montado dentro das casas. O gesto de montar o presépio deverá vir acompanhado do propósito de reconhecer no Jesus-Menino de gesso, madeira ou outro material, uma lembrança do Filho de Deus, que veio nos libertar dos pecados. O presépio é uma linguagem visual para nos lembrar a vinda de Jesus para o meio de nós. A palavra "presépio" vem do latim e também significa estábulo, manjedoura. O presépio lembra-nos que Jesus escolheu um ambiente pobre e rude para nascer. Poderia tê-lo feito num palácio. O ensinamento que podemos tirar desse facto é o valor da simplicidade, docilidade e fé acima de tudo.

Cores
O verde, o vermelho e o dourado são cores dominantes no Natal.
O verde é renovação, esperança, regeneração. O verde das plantas capta a energia solar e pelo processo de fotossíntese a transforma em energia vital.
O vermelho está ligado ao fogo e ao poder, tanto que aquecer como de destruir, e também ao amor divino.
O dourado também é utilizado, e está associado ao sol, à luz, à sabedoria e principalmente a luz da Ressurreição de Cristo, como uma espécie de transformação do material para o espiritual.

Anjo
Ocupa espaço na parte superior do presépio, presente na maioria deles. Representa o Anjo Gabriel, o anjo da Anunciação, que levou a mensagem do nascimento de Jesus a Maria.

Velas
Elas simbolizam Cristo, a luz do mundo, que devemos imitar. É uma tradição nórdica. No início as famílias fabricavam artesanalmente suas velas, usando a cera pura fabricada por abelhas, conservando sua cor natural. A chama cintila, serpenteia, atrai e ilumina nosso ser.

Estrela
É usada na ponta da Árvore de Natal para nos lembrar da Estrela de Belém, que guiou os reis magos até a manjedoura de Jesus. A misteriosa Estrela de Belém é citada na Sagrada Escritura em Mateus, capítulo 2, versículos 2, 9 e 10 (Mt 2, 2.9.10). É sempre usada como símbolo de alegria, de guia, para despertar e atrair.

Luzes
Cintilam simbolizando o fogo da vida eterna e saúdam a festa do sol, a vinda de uma nova era. As velas na Árvore de Natal, por serem perigosas, foram substituídas pelos pisca-piscas que decoram as árvores dos jardins e das ruas, as fachadas das residências, das lojas... dando alegria e causando admiração nas pessoas.

Cartões de boas festas
Surgiram, segundo alguns, em 1843, para outros em 1845, época mais aceita, havendo ainda referências ao ano de 1853. Foram criados por um artista plástico inglês, por encomenda de Sir Henry Cole. Este, director do Museu Britânico, percebeu que não teria tempo para escrever à mão as felicitações de Natal, que eram moda na época, e mandou fazer um desenho de Natalcom um espaço onde escrevia breves palavras.

Presentes
O presente de Natal é uma tradição que tem raízes cristãs, inspiradas na visita dos reis magos, que levaram oferendas ao Menino Jesus. Melchior, Gaspar e Baltasar ofereceram-lhe ouro, incenso e mirra, e nós oferecemos presentes aos familiares e amigos. É uma expressão silenciosa de nosso bom sentimento para com eles. Deus nos deu o maior e melhor de todos os presentes: Jesus Cristo. Sejamos também um verdadeiro presente para as pessoas!

Árvore de Natal
Sendo uma planta que cresce em sentido vertical, apontando para o céu, a árvore é considerada por muitos como "intermediária entre o céu e a terra". A árvore luminosa, colorida, enfeitada, é uma das tradições do Natal. É costume da Antiguidade e vem de rituais pagãos, bastante sedimentados e absorvidos pelos cristãos. No Natal há árvores decoradas por toda parte: nos centros comerciais, nas ruas, nas residências... enfim, onde existam corações abertos para comemorar o aniversário de Jesus. Ele é o tronco da árvore da vida, nós os ramos; os ramos darão frutos se permanecerem unidos ao tronco, que lhes fornece a seiva da vida divina.

Bolas coloridas
É o enfeite tradicional da Árvore de Natal. Existem em várias cores, e geralmente são feitas de vidros. Representam os frutos da árvore, que é Jesus. São os talentos, os dons, as boas acções, o amor, o perdão, a esperança e a compreensão. Nossas atitudes sãos os frutos da nossa vida; como as bolas, reflectem o que somos. Elas também simbolizam as graças que diariamente recebemos. A cada ano se desgastam no brilho, mas estarão cada vez mais cheias de lembranças e emoções acumuladas.

Sinos
Os sinos emitem sons agradáveis e audíveis à distância, e são tocados em ocasiões geralmente festivas. Fazem parte do campanário das igrejas e também têm uso particular. Servem para enviar mensagens pelo ar. De modo geral, seu toque é festivo. Tocado por ocasião do Natal, nos lembra o facto de termos um Salvador que e fez homem, habitou entre nós e partiu deixando sua mensagem de amor e paz.

Pai Natal
Ele foi inspirado no bispo Nicolau, que viveu e pontificou na cidade de Myra, Turquia, no século IV. Nicolau costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse em dificuldades financeiras. Colocava o saco com moedas de ouro a ser ofertado na chaminé das casas. Foi declarado santo depois que muitos milagres lhe foram atribuídos.

Meia na chaminé
Como já vimos, São Nicolau, precursor do Papai Noel, era de família rica e ajudava os pobres. O bispo São Nicolau não gostava de ser reconhecido, motivo pelo qual colocava os presentes nas chaminés das casas. As crianças perceberam seu método e passaram a deixar ali suas meias. Hoje o costume é usar meias ou botinhas com fins decorativos. São feitas de feltro, possuem aplicações ou bordados e se tornaram um símbolo natalicio.

Canções de Natal
A Igreja católica sempre deu muita importância para o valor da música. As primeiras canções natalícias datam do século IV e são cantadas até hoje na véspera de Natal.

Missa do Galo
No século IV, a comunidade cristã de Jerusalém ia em peregrinação a Belém, para celebrar a Missa do Natal na primeira vigília da noite dos judeus, na hora do primeiro canto do galo, mencionado por Jesus na traição de Pedro (Mt. 26,34 e Mc 14,68.72).
Por isso, a Missa da meia-noite no Natal, se chama Missa do Galo, do primeiro canto do galo. Essa missa do galo é celebrada, em Roma, desde o século V, na Basílica de Santa Maria Maior. Pois, o galo, também anuncia o nascer do sol. E o galo passou a simbolizar vigilância, fidelidade e testemunho cristão. Por isso, no século IX, o galo foi parar no campanário das igrejas.



14 de novembro de 2006

Um presépio em cada casa


A Igreja vai dar início a um novo ano litúrgico. Esse início faz-se com o Advento, tempo de espera. Somos convidados a preparar o Natal, o nascimento de Jesus.
Devemos ajudar os nossos catequizandos a preparar a vinda de Jesus. Uma preparação mais consciente e mais esclarecida. Como catequistas temos uma obrigação muito importante, é de procurar que desde os primeiros anos de catequese eles sintam a necessidade de fazer a caminhada do Advento, não de uma forma material, mas sim, de uma vivência cristã, semana após semana. E esta preparação não deve ser só na catequese, mas também, no meio da família e dessa forma fazer com que os pais sintam necessidade de os acompanhar.
O ideal seria que toda a comunidade trabalhasse um projecto comum. Poderemos encontrar várias propostas para este tempo de Advento. Por exemplo, os Salesianos apresentam uma proposta de caminhada para este ano C, também podemos preparar a caminhada sugerida pela revista “A Mensagem”. Estes materiais podem ajudar-nos a preparar melhor o Advento e assim “olhar o Natal” com os olhos da fé, da esperança e do amor.
E quando falamos em preparação do Natal, não de podemos esquecer os símbolos que nos fazem tornar visível esta quadra. Para lá das árvores, bolas, luzes, Pais-Natal, é necessário dar relevância ao presépio. E poderíamos sugerir que em cada casa se começasse a preparar, semana a semana, um presépio, para que assim, no dia de Natal todas as famílias se pudessem reunir à volta do nascimento de Jesus.

13 de novembro de 2006

Mensagem de Jesus


O REINO DE DEUS
Jesus apresenta-se a si mesmo, na sua terra de Nazaré, como Aquele que vem proclamar a Boa Nova (Lc.4,16-21). A causa a que dedica a sua vida é realmente o anúncio: aproveita todas as oportunidades para proclamar e ensinar - à beira do lago, na sinagoga, nas conversas com as pessoas.
Que anuncia Jesus? Qual é a Sua mensagem?
Será como os rabinos que se limitam a comentar o Antigo Testamento? Haverá algo de novo?
A Mensagem de Jesus é novidade. Toda ela tem como tema de fundo o Reino de Deus, mas apresentado de uma maneira nova em relação aos seus contemporâneos.

O CENTRO DA MENSAGEM DE JESUS : O REINO DE DEUS
No tempo de Jesus, havia muita expectativa em relação à vinda do Reino, que era uma das promessas do Antigo Testamento, a realizar com a vinda do Messias. As diversas maneiras de o entender dependiam dos grupos, entre eles, os zelotes, assénios e fariseus. Os zelotes eram um grupo religioso-revolucionário, que provocava a guerrilha contra o domínio romano. Andavam armados de punhal e aproveitavam todas as ocasiões para armar confusão e matar soldados romanos, aos quais tinham um ódio mortal e aos que colaboravam com eles (publicanos). Tinham uma concepção de Reino de Deus político-religiosa. A mensagem de Jesus sobre a instauração do Reino interessava profundamente aos zelotes. Jesus entre os seus discípulos tinha pelo menos um zelote (Simão) ou talvez mais (Judas Escariotes?).
Os assénios eram um outro grupo que se afastavam do mundo para preparar o Reino de Deus no desapego e na pureza. Viviam austeramente nas grutas de Qumran. Tinham uma concepção própria do Reino de Deus, como a destruição dos filhos das trevas e prémio dos filhos da luz. Apresentavam-se como seita de fanáticos, convencidos que possuíam o exclusivo da verdade e da salvação.
Os fariseus eram um grupo que se apoiava numa estrita fidelidade à lei. Até o próprio Deus estava submetido à lei: os fariseus tinham de cumprir a sua parte e Deus a d’Ele. Este zelo exagerado pela lei levava-os a serem intolerantes e até por vezes, desumanos. Esperavam o advento do Messias e a chegada do reino de Deus.
A mensagem de Jesus sobre o Reino de Deus de modo nenhum se identifica com um programa político-social vivido por esses grupos. Na verdade o Reino anunciado por Jesus não se atinge pela violência ou pela guerrilha, é antes de mais, a acção de Deus que exige a conversão do homem. A sua revolução é a da não-violência e a da transformação interior do homem.
Também Jesus não se dirige apenas aos “puros”, como os de Qumran, mas a toda a gente. Os seus modos de viver, vestir e comer eram iguais ao de uma pessoa normal. Anunciava a misericórdia de Deus para os pecadores, sem insistir apenas no castigo.
Quanto aos fariseus, Jesus entrava muitas vezes em conflito com eles, por causa da sua vaidade e arrogância. Muitas das suas parábolas são de crítica à mentalidade farisaica. Porque o Reino de Deus, anunciado por Jesus, é Dom gratuito, sem fronteiras, que exige do homem o reconhecimento da sua pobreza, e não é devido aos méritos das obras, como opinavam os fariseus.
O Reino de Deus é a possibilidade oferecida por Deus aos homens de realizar as suas expectativas profundamente humanas em relação à Justiça, Paz, Fraternidade, Vida e Liberdade. Assim o Reino de Deus não é apenas espiritual, mas engloba uma dimensão profundamente humana, ao libertar o homem das forças do mal que o limitam e dividem.

10 de novembro de 2006

AS PARÁBOLAS DO REINO







A parábola é essencialmente uma comparação desenvolvida sob a forma de história. O seu objectivo principal não é ensinar, mas levar os ouvintes a reflectir sobre o seu comportamento, levá-los a emitir um juízo sobre si próprios e, como consequência, a modificar esse comportamento. A parábola leva a julgarmo-nos a nós mesmos sem nos apercebermos.
Também podemos encontrar este género de histórias no Antigo Testamento. Por exemplo, David pecou quando tomou a mulher do seu oficial Urias e provocou a sua morte. O profeta Natan é encarregado de lhe fazer ver o seu pecado. Para isso conta-lhe uma história credível de forma que David não desconfie, é a história de um rico proprietário que rouba a única ovelha dum pobre. David exclama.«Esse homem merece a morte!», emitindo assim um juízo sobre si próprio. Assim Natan pode concluir: «Esse homem és tu!» (2Sam 12,1-15).
A parábola é, portanto, uma comparação simples. Os pormenores da história servem apenas para a tornar credível. Podemos tentar resumir uma parábola em duas frases: Assim como ... assim também... «Assim como este homem roubou ao roubar a ovelha do pobre, também tu, David....»
Jesus utiliza esta linguagem simples e bem conhecida de quem o escuta, para ser entendido. Jesus dizia as Suas parábolas aos judeus. Na comunidade, são dirigidas agora aos cristãos. Esta mudança de auditório implica muitas vezes uma mudança de sentido, expresso numa nova conclusão.
O contexto em que foram inseridas pelos evangelistas modifica-lhes, por vezes, o sentido.
Em Marcos e Lucas o capítulo das parábolas é colocado no começo da pregação de Jesus na Galileia : elas são uma maneira simples de apresentar o Reino de Deus.
Em Mateus encontramos as parábolas mais para o fim da pregação de Jesus, no momento em que as multidões já começam a abandonar-l’O: o seu sentido agora é outro: são o último aviso que Jesus lhes faz.

9 de novembro de 2006

Ao abrir uma porta

Senhor, onde estás?

Senhor, chamas por mim.
Não sei onde estás,
Por todo o lado te procuro.

Abro uma porta,
Uma criança vem ter comigo,
Chora e treme de frio.
Agasalho-a e dou-lhe abrigo.

Sigo o meu caminho
Mais à frente, outra porta.
Será aí que esperas por mim?

Não é apenas um velhinho,
Cansado do longo caminho,
Sem ter ninguém com quem falar.
Escuto-o e dou-lhe a mão,
E com um sorriso me despeço.

Continuo a palmilhar.
Eis que outra porta surge.
Será aqui finalmente?
Mas, o que vejo de repente?

Um homem que sofre, está doente.
Só lhe dou o conforto duma presença
E falo-lhe de Ti, Senhor.
Aguarda por Ti com mais coragem.

E eu sigo a minha viagem.
Estou cansada,
Mas, outra porta se abre na estrada.

É apenas um homem pobre,
Esfarrapado e cheio de fome.
Com ele reparto
Todo o alimento do meu saco

E sigo a perguntar:
“Senhor, onde estás?”

E me respondes, então:
“Volta-te e olha bem para trás,
Porta por porta foste abrindo
E Eu me fui mostrando
E em cada uma me foste encontrando!”


(F.B. 1994 Momentos de silêncio)

7 de novembro de 2006

Preparar o Natal

Estamos no início de Novembro e já as montras se vestem de Natal, são os brinquedos, as luzes, os adornos, … O comércio começa a atacar em força e ainda nem sequer chegamos ao Advento.
Como viver esta época na forma de um cristão? Como preparar os catequizandos para o essencial do Natal, o nascimento de Jesus? Como os preparar para a vinda de Jesus? Afastá-los do que os rodeia? Negar o que lhes entra pela casa dentro?
A propósito vou partilhar algo que aconteceu num grupo do 1º ano de catequese.

Como sempre a catequista preparou cuidadosamente a catequese desse dia. Quase sabia tudo de cor. Seguiu o guia à risca, a sala muito aprumada tudo estava no seu lugar, não havia porque correr mal.
Fez-se o acolhimento, entraram na sala como habitualmente e a catequista começou a expor o tema. O Tema era falar sobre o nascimento de Jesus e como era importante para nós cristãos preparar e viver o Natal. Jesus era tão nosso amigo que até quis nascer no meio dos homens.
Nesse momento o João levantou um dedo. A catequista olhou e disse:
-Diz lá, João.
-Catequista o Pai-Natal também é amigo de Jesus?
-João, o Pai-Natal não é chamado para aqui, está caladinho e ouve.
Passados poucos minutos o João levanta o braço e a catequista já um pouco aborrecida diz:
- O que é agora João.
-Ó Catequista, mas o Pai-Natal é amigo de Jesus.
-Lá estás tu a perturbar a catequese. Já te disse para estares calado.
E a Catequista continuou a desenrolar a sua catequese.
Mais adiante o João de pé e com o braço levantado insiste:
-Mas diz lá, o Pai Natal é ou não é Amigo de Jesus.
-João está calado ou vais já lá para fora. Estás a distrair os teus amigos.
Neste momento, escusado será dizer que cada uma das crianças começava a divagar o seu pensamento através da imagem do Pai-Natal, Natal, brinquedos e sabe-se lá mais o quê.
Assim continuou a catequese até à actividade. A catequista sugeriu que se fizesse um desenho para a exposição de Natal. Depois da actividade fizeram uma oração e saíram.
Os pais aguardavam os seus filhos, um a um foram despedir-se da catequista. A mãe do João foi buscar o seu filho, disse ao menino para dar um beijo à catequista e perguntou inocentemente.
-Então, o João portou-se bem?
-Nem queira saber, passou o tempo todo a perturbar a classe. Só teve sossego no momento da actividade.
Diz a mãe um pouco entristecida: - Então João são maneiras de estar na catequese?
Ao que o João responde: - Ó mãe, eu só queria saber se o Pai- Natal é amigo de Jesus.
Lá foram embora e a catequista foi arrumar a sala e guardar os desenhos. Qual o seu espanto e desespero quando olha para o desenho do João.
Um bonito presépio, um pouco original. No cimo da cabana em vez de ter um anjo, estava lá, uma figura vestida de vermelho, com umas enormes barbas.
Perante isto, a catequista reconheceu que ao tentar ignorar aquela pergunta do João, acabou por ser ela a estragar a catequese.
Na semana seguinte a catequese foi sobre O Natal de Jesus e o significado de tudo o que o envolve: As bolas de Natal, o Pai-Natal, os presentes, as luzes, coroa de Natal, os arranjos, as velas, os anjos.

6 de novembro de 2006

ANO LITÚRGICO

O Ano Litúrgico está a chegar ao fim, encerra com a Solenidade de Cristo Rei, que se celebrará no próximo dia 26 de Novembro.

Desde seus primórdios, a Igreja cristã propôs aos seus fiéis ritmos de oração destinados a uma progressão contínua. Assim, o Ano Liturgico revive em nós a realidade do Mistério de Cristo.

Celebrando a cada ano os mesmos Mistérios e procurando vivê-los, progredimos em direcção ao fim dos tempos, construindo um mundo novo ano a ano. O Ano Litúrgico é, portanto, um calendário religioso que contém as datas dos acontecimentos da História da salvação.
No entanto, o Ano Litúrgico não coincide com o Ano Civil, isto é, não começa no mesmo dia; enquanto o Ano Civil começa no dia 1 de Janeiro, o Ano Litúrgico inicia-se quatro domingos antes do Natal, no primeiro Domingo do Advento.

O Ano Litúrgico é formado por dois grandes ciclos (o do Natal e o da Páscoa) e por um longo período de 33 ou 34 semanas, dependendo do ano, chamado de Tempo Comum.
Podemos descrevê-lo da seguinte maneira:
1. CICLO DE NATAL
Inicia-se com o Advento, que é um período de preparação – e não de penitência – e de esperança, recordando a chegada do Natal e o eminente retorno de Cristo. (Maranatha – Vem Senhor Jesus).
A seguir vem o Natal, que lembra o nascimento humano do Verbo divino. Depois vem a Epifania, em que Jesus se manifesta às nações como Filho de Deus. Por fim, vem o Baptismo do Senhor, que marca o início da missão de Jesus que culminará com a Páscoa.
2. PRIMEIRA PARTE DO TEMPO COMUM
Inicia-se na Segunda-feira após o Baptismo do Senhor e vai até à terça-feira anterior à Quarta-feira de Cinzas.
É um tempo de esperança e de escuta da Palavra e o ensinamento baseia-se no anuncio do Reino de Deus pregado por Jesus.

3. CICLO DA PÁSCOA
Começa na Quarta-feira de Cinzas, quando se dá início à Quaresma; esta dura quarenta dias, os quais são destinados à penitência, oração, jejum e, principalmente, conversão. Durante a Quaresma não proferimos “aleluias” e nem enfeitamos as igrejas com flores. No final da Quaresma, inicia-se a Semana Santa, que é formada pelo Domingo de Ramos (que mostra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, anunciando a proximidade da Páscoa) e o Tríduo Pascal (que se inicia com a Ceia do Senhor na Quinta feira, na Sexta feira a Morte do Senhor e tem, na
Ressurreição do Senhor o seu ponto máximo no Ano Litúrgico e que ocorre durante a vigília do Domingo de Páscoa). Cinquenta dias depois da Páscoa, temos o Pentecostes, que assinala o nascimento da Igreja iluminada pela presença vivificadora do Espírito Santo.

4. SEGUNDA PARTE DO TEMPO COMUM
Começa na Segunda-feira após o Domingo de Pentecostes e termina no Sábado anterior ao Primeiro Domingo do Advento. Possui a mesma finalidade da primeira parte do Tempo Comum.
Tempo destinado ao acolhimento do Reino de Deus pregado por Jesus.



Na Liturgia os Anos Litúrgicos são divididos em Ano A - Ano B e Ano C.-
Ano Litúrgico A = Segue o Evangelho de São Mateus.
Ano Litúrgico B = Segue o Evangelho de São Marcos.
Ano Litúrgico C = Segue o Evangelho de São Lucas.
O Ano Litúrgico que vamos viver (ano 2007) é o Ano Litúrgico C. Isto quer dizer que iremos ao longo do próximo ano, escutar textos retirados do Evangelho de São Lucas.

4 de novembro de 2006

Porque os outros...














Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.


Sophia Mello Brayner

3 de novembro de 2006

Nossa Casa


A Casa,
que nunca fechou suas portas,
andou meio abandonada.

Vazia,
a poeira amontoando,
garrafas vazias
jogadas no chão.

Era uma casa,
era um sonho,
era um recanto.

Mas de tão vazia,
de tão abandonada,
começou a ruir.

Ninguém por lá mais passava.
Não se sentia mais cheiro de café.
Quiçá broa!

Mas a Casa,
essa danada,
se cansou!

Gritou bem alto,
sacudiu poeira,
e agora,
com a mesma cara de sempre,
com o mesmo desejo de antes,

Foi p’ro fogão.
Esquentou a água,
Mexeu a farinha,
com duas gemas de ovos,
e mais tantas outras coisas.

E enfim,
café fresco,
bolo de fubá,
espera,
ansiosamente,
os velhos
e novos
amigos!

( b.c. Casa dos Contos)

31 de outubro de 2006

A brasa solitária


Juan ia sempre aos serviços dominicais da sua congregação: mas começou a achar que o pastor dizia sempre as mesmas coisas, e parou de frequentar a igreja.
Dois meses depois, numa noite fria de Inverno, o pastor foi visitá-lo.
“Deve ter vindo para tentar convencer-me a voltar”, pensou Juan consigo mesmo. Imaginou que não podia dizer a verdadeira razão: os sermões repetitivos.
Precisava de encontrar uma desculpa, e enquanto pensava, colocou duas cadeiras diante da lareira, e começou a falar sobre o tempo.
O pastor não disse nada. Juan, depois de tentar inutilmente puxar conversa por algum tempo, também se calou. Os dois ficaram em silêncio, contemplando o fogo por quase meia hora.
Foi então que o pastor se levantou, e com a ajuda de um galho que ainda não tinha queimado, afastou uma brasa, colocando-a longe do fogo.
A brasa como não tinha suficiente calor para continuar queimando, começou a apagar-se. Juan, mais que depressa, atirou-a de volta ao centro da lareira.
- Boa-noite – disse o pastor, levantando-se para sair.
- Boa-noite e muito obrigado – respondeu Juan. - A brasa longe do fogo, por mais brilhante que seja, terminará extinguindo-se rapidamente. “O homem longe dos seus semelhantes, por mais inteligente que seja, não conseguirá conservar o seu calor e a sua chama. Voltarei à igreja no próximo domingo.”
(Crónica Paulo Coelho-JN 28/08/2004)

“O homem longe dos seus semelhantes, por mais inteligente que seja,
não conseguirá conservar o seu calor e a sua chama”

30 de outubro de 2006

Flores todos os dias

Nunca desistas de dar.
Apesar dos inúmeros desafios,
dar traz alegria
e sentido à nossa vida.
A bondade torna-se contagiosa,
enchendo os corações de ternura.
Sê um elo de uma grande reacção em cadeia.
Estende diariamente
os braços ao mundo,
com esse dom único que é o teu.
Transforma a tua vida num
maravilhoso jardim de doação.
Oferece flores todos os dias.