29 de outubro de 2007

O fariseu e o publicano


A perfeição não justifica nem salva o homem. É Jesus que no diz na parábola do fariseu e do publicano que vão ao templo para rezar. Esta pequena parábola teve o efeito demolidor para a sociedade religiosa judaica, porque nela Jesus coloca tudo de pernas para o ar, inverte toda a concepção de justificação e salvação tranquilamente aceita por todos, em todos os segmentos sociais. Todos estavam convictos de que as pessoas agradáveis a Deus, que estavam justificadas, eram os fariseus, fanáticos cumpridores da lei. Jesus afirma o oposto, esse homem não saiu do templo justificado. Sua pretensa perfeição no cumprimento da lei, o leva a um grande orgulho "não sou como os demais homens", ao desprezo dos outros, ao fechamento do coração para o amor, a prescindir de Deus, a pensar que se salva pelo próprio esforço, a exigir recompensa de Deus, Jesus afirma sem rodeios, tal homem não está justificado, a perfeição não justifica o homem.
O publicano sim, sai do templo justificado, está a caminho da salvação. O publicano capitula diante de Deus: reconheceu seu pecado e sua condição de pecador, reconhece sua incapacidade de salvar-se por si mesmo, abre-se para um outro, abre-se para Deus de quem espera o perdão e a salvação.

Esta humildade é a porta de abertura para sair de um mundo enclausurado em si mesmo, um mundo auto-suficiente e tenebroso, onde tudo gira em torno do próprio eu, onde não há lugar para o Outro e os outros, onde não há salvação possível.

21 de outubro de 2007

"E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos?"


Após o episódio do leproso samaritano, curado por Jesus, e que voltou para lhe agradecer, o texto deste domingo propõe um dos assuntos mais predilectos de S. Lucas, a oração. Com a parábola do juiz iníquo e da viúva que clama por justiça, pretende sublinhar-se que a oração deve caracterizar a vida do crente em todo o tempo da espera. É preciso ambientar a parábola no contexto oriental do tempo de Jesus, em que o juiz tinha maior liberdade de iniciativa e de julgamento do que nos sistemas judiciais modernos. A viúva representa bem uma pobre do povo que, em caso de necessidade, tem como único recurso a sua palavra ousada e insistente. Fosse ela rica e poderia ver o seu caso facilmente despachado à custa de presentes que influenciariam o juiz ou, pelo menos, antecipariam a sentença.. À parábola segue-se o comentário de Jesus ("o Senhor"), que se apoia directamente nas palavras ditas pelo juiz ("vou fazer-lhe justiça"). Também Deus fará justiça aos seus eleitos mas, diferentemente do juiz iníquo, não os fará esperar. Pode chocar nesta parábola que a figura humana que representa Deus seja uma pessoa (o juiz) moralmente censurável. Mas o aspecto do seu comportamento que é tomado como termo de semelhança é apenas a resposta positiva, provocada pela insistência da mulher.

(Voz Portucalense 10/10/2007)

9 de outubro de 2007

Novos catecismos






Depois de alguns anos de espera, eis que os novos catecismos vão começando a surgir. Depois da experiência do catecismo do 9º, este ano foi publicado o 10º, 8º, e 7º, prevendo-se para breve a publicação do catecismo do 1º ano.

Estes novos catecismos poderão ser o ponto de partida para colocarmos mais entusiasmo e mais alegria na preparação de todos aqueles que nos são confiados.

São ferramenta necessária para ajudar os catequistas a fazerem catequese, mas o êxito da catequese não passa apenas por ter na nossa mão, uns novos guias é também fundamental uma boa renovação da formação humana e cristã dos catequistas.

“Catequese que não é renovada envelhece como uma peça de museu. A oração, o estudo e meditação são as molas dessa renovação.”