31 de maio de 2008

Nossa Senhora da Visitação


Maio é o mês dedicado à particular devoção de Nossa Senhora. A Igreja o encerra com a Festa da Visitação da Virgem Maria à santa prima Isabel, que simboliza o cumprimento dos tempos. Antes ocorria em 02 de Julho, data do regresso de Maria, uma semana depois do nascimento e do rito da imposição do nome de São João Baptista.

A referência mais antiga da invocação de Nossa Senhora da Visitação pertence a Ordem franciscana, que assim a festejavam desde 1263, na Itália. Em 1441, o Papa Urbano VI instituiu esta festa, pois a Igreja do Ocidente necessitava da intercessão de Maria, para recuperar a paz e união do clero dividido pelo grande cisma.

A Bíblia narra que Maria viajou para a casa da família de Zacarias logo após a anunciação do Anjo, que lhe dissera "vossa prima Isabel, também conceberá um filho na sua idade avançada. E este é agora o sexto mês dela, que foi dita estéril; nada é impossível para Deus". (Lc 1, 26, 37). Já concebida pelo Espírito Santo, a puríssima Virgem foi levar sua ajuda e apoio à parenta mãe do precursor do Messias Salvador.

O encontro das duas Mães é a verdadeira explosão de salvação, de alegria e de louvor ao Criador. Dele resultou a oração da Ave Maria e o cântico do "Magnificat", rezados e entoados por toda a cristandade aos longos destes dois mil anos.

24 de maio de 2008

O Reino dos Céus


A partir deste domingo, voltamos a celebrar o TEMPO COMUM, que recomeça com o 8.º Domingo do Tempo Comum.
Depois do tempo quaresmal, semana santa e tempo pascal, celebrações que giram em volta de “Morte e Ressurreição de Jesus, damos início à segunda parte do Tempo Comum
Neste tempo litúrgico, damos continuidade à celebração do mistério de Cristo. Em cada domingo, fazemos memória dos relatos da vida pública de Jesus. Celebrando diferentes acontecimentos narrados na Sagrada Escritura, este ano de 2008, a Igreja dedica-o ao chamado Ano Litúrgico A.


As meditações deste referido ano litúrgico são do Evangelho de São Mateus
Este Evangelho é chamado o Evangelho do Reino, pois este ocupa um lugar central no livro de Mateus, sendo falado por 51 vezes, quase sempre com a expressão Reino dos Céus, devido ao costume judaico de evitar, por respeito, o uso do nome de Deus. Jesus anuncia-o em primeiro lugar a Israel.

O Reino de Deus inicia-se com a chegada de Jesus, pois ele vem instaurar esse Reino. O plano divino primitivo, ao criar a humanidade foi quebrado pelo pecado do homem. O seu restabelecimento dá-se por uma nova intervenção divina levada a cabo pela obra redentora de Jesus, através da intervenção soberana e misericordiosa de Deus na vida do povo para o salvar.
Entre a primeira vinda de Cristo na encarnação e a segunda vinda (Parusia), neste tempo intermediário, o reinado de Deus estende-se sobre a terra com avanços e retrocessos parciais. Neste tempo desenvolve-se a Igreja. Só com a segunda vinda será instaurado e consumado na sua plenitude o Reino de Deus.

A vinda do Reino é objecto da proclamação de João Batista, de Jesus, dos doze, da Boa Nova, da oração dos discípulos (cap. 3-4 e 9 10). É uma realidade esperada e ao mesmo tempo presente. Ele já veio à terra e torna-se visível na vida de Jesus e também na do povo messiânico, é a Igreja fundada e convocado por Ele.
A Igreja é o começo visível do Reino definitivo e perfeito de Deus nos céus, a que todos são chamados, mas só serão finalmente escolhidos se tiverem respondido com generosidade e fidelidade ao chamamento divino. O Reino será dado como herança aos que acolherem o Filho do Homem com fé e amor.
Jesus limitou a Israel a missão que lhe cabia desempenhar durante a sua vida terrena. Após a ressurreição o próprio Jesus irá às nações na pessoa de seus mensageiros e os trará ao Reino.

Em Mateus, Jesus explica o Reino de Deus em cinco discursos, ora se dirige às multidões (3) ora aos doze (2) e ora aos discípulos (4 e 5). Os fundamentos do Reino estão nos cap. 5 e 7, as normas para ser proclamado pelos missionários no cap. 10, a sua natureza exposta por meio de parábolas no cap. 13, as condições da comunidade no cap. 18 e a sua consumação no fim dos tempos nos cap. 24 e 25.

O Sermão da Montanha é um programa de vida, pois reúne o ensinamento de Jesus, indicando a seus seguidores como se deve viver não simplesmente em conformidade com uma série de normas mas revolucionando por dentro a própria atitude e a própria mentalidade. Este é o caminho que dá entrada no reino de Deus.

17 de maio de 2008

Santíssima Trindade

Poderemos dizer que a confissão de um Deus único em três pessoas é o mais próprio e especifico da fé cristã. A profissão de fé monoteísta une-nos ao judaísmo e ao islamismo, enquanto que a interpretação da unidade de Deus como unidade na trindade nos distingue de ambas as religiões.
O Deus dos cristãos é uma família de três pessoas que se foram dando a conhecer ao longo da história. Podemos como que falar do tempo de Deus Pai (Antiga Aliança), o tempo de Jesus Cristo (Nova Aliança) e o tempo do Espírito Santo ( Igreja) .
Deus Pai foi-se revelando, o Filho de Deus incarnou, o Espírito Santo foi enviado.
A doutrina trinitária é o resultado de uma lenta e laboriosa elaboração de determinadas experiências históricas, desenvolvidas em quatro fases.
Na primeira, a Trindade é «narrada» com simplicidade pelos primeiros cristãos a partir da sua experiência de fé.
Na segunda, a Trindade é «contestada», pois não é fácil acreditar que Deus é um e três. Uns teólogos (Sabélio) afirmavam que eram modos diferentes que Deus tinha para se manifestar às criaturas. Outros teólogos (Ario) afirmavam que o Filho e o Espírito Santo são criaturas semelhantes a Deus mas nunca iguais a Deus.
Terceira fase, a Trindade é «professada». As heresias levaram os cristãos a reflectir sobre o mistério. O Concilio de Niceia (ano 323) proclamou que o Filho é «da mesma natureza» que o Pai. E acrescentou: «Cremos no «Espírito Santo». O Concílio de Constantinopla (ano 381) completou este Credo com a afirmação: «E cremos no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, procede do Pai e com o Pai e o Filho recebe a mesma adoração e a mesma glória».
Na quarta fase, a Trindade é «reflectida». Depois dos Concílios terem elaborado um Credo, que ainda hoje se recita na Eucaristia, chegou o momento da «inteligência da fé». Como disse Santo Agostinho, «procuremos compreender isto (…) de maneira que, embora não consigamos de todo, pelo menos não digamos nada que seja indigno».

A Trindade é um mistério. Costumamos dizer que em Deus existe uma única natureza e três pessoas distintas.
Afirma-se que o Pai não foi gerado, o Filho foi gerado e o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Temos porém de reconhecer a impotência da nossa linguagem para falar da Santíssima Trindade. Servimo-nos a maior parte das vezes de palavras mais ou menos abstractas para falar do mistério de Deus, que é Amor, porém, a melhor atitude é a de contemplação do Mistério

10 de maio de 2008

Pentecostes


Pentecostes significa cinquenta dias depois da Páscoa. Páscoa que já era para os judeus a festa da libertação e o Pentecostes a festa do término da colheita, e por isso tinha um sentido de agradecimento, de alegria pela abundância dos celeiros.

Com o decorrer do tempo a Festa de Pentecostes passou a comemorar a promulgação da Lei de Moisés. Por isso, a esta festa acorriam a Jerusalém muitos peregrinos, para agradecer nesse dia a aliança de Deus com a humanidade, com o povo eleito, era um dia de abundância de frutos.

Com a Ressurreição do Cristo, a Páscoa, a Ascensão e Pentecostes são três tempos de um mesmo mistério: o mistério do Cristo Ressuscitado, que acontece historicamente na Páscoa, se confirma na glória da Ascensão e chega à plenitude na descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, constituindo-os em novo povo de Deus, a comunidade cristã.

Pentecostes é a festa do Divino Espírito Santo. Pentecostes é a festa da Igreja divina e humana, santa e pecadora, eterna e temporal, corpo místico do Cristo, formado e vivificado pelo Espírito de Deus.

Que Deus nos ajude a pedir os dons do Espírito Santo. Que Deus nos ajude a assimilar os dons da SABEDORIA, da INTELIGÊNCIA, do CONSELHO, da FORTALEZA, da CIÊNCIA, PIEDADE e do TEMOR de DEUS.
O ESPÍRITO SANTO, fez os apóstolos compreenderem o mistério de Jesus e de sua missão. E deu-lhes a coragem e a lucidez de serem as testemunhas da Ressurreição e do Reino de Deus na terra. O Espírito Santo é o advogado da Igreja, tendo Jesus como cabeça, e como corpo, os discípulos do Senhor. A Igreja celebra a festa de Pentecostes como a data de sua instituição solene.

Em cada solenidade de Pentecostes, a Santa Igreja reaviva o Espírito que nos foi dado como dom de Deus. Assim, reanimados e fortalecidos, seremos a semente germinadora do Reino de Deus, levando à plenitude a vida nova recebida pela fé e pelo Baptismo.


“Enviai, Senhor, o vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da Terra!”

8 de maio de 2008

Depois da Ascensão



Nos dias a seguir à Ascensão, os apóstolos viviam com grandes receios e refugiavam-se em oração constante. Com eles estavam outros discípulos, juntamente com Maria, mãe de Jesus, que desde o primeiro momento esteve sempre presente.


A missão: A missão é o testemunho que os apóstolos devem dar da Boa Nova de Jesus. Não basta pregar, é necessário ser testemunha. Devem testemunhar o que viram e ouviram durante o tempo que acompanharam a vida pública de Jesus. Ser testemunhas da sua Vida, da sua Mensagem, sobretudo darem testemunho do seu Mistério Pascal. É esta a Boa Nova que os apóstolos devem espalhar em Jerusalém em toda a Judeia, Samaria até aos confins da terra.

Os doze: O grupo dos apóstolos depois da morte de Judas ficou reduzido a onze. O facto de Jesus ter escolhido 12 apóstolos é significativo. Simbolizando, possivelmente esse número, as 12 tribos de Israel. Os apóstolos decidiram repor esse número, para isso, fazem a escolha de Matias, tirando à sorte de acordo com o precedente bíblico. Em Act. 1,22 Lucas afirma que Judas deve ser substituído por alguém que tenha testemunhado todo o ministério público de Jesus. É este grupo de doze que irá constituir o órgão que governará a primeira Igreja organizada de Jerusalém.

1 de maio de 2008

Dia da Ascensão

Actos 1,1-11

O livro Actos dos Apóstolos começa com um prólogo (vers. 1-2) que relaciona os “Actos” com o Evangelho de Lucas– quer na referência ao mesmo Teófilo a quem o Evangelho era dedicado, quer na alusão a Jesus, aos seus ensinamentos e à sua acção no mundo (tema central do mesmo Evangelho). Neste prólogo são, também, apresentados os protagonistas do livro – o Espírito Santo e os apóstolos, ambos vinculados com Jesus.Depois da apresentação inicial, vem o tema da despedida de Jesus (vers. 3-8). O autor começa por fazer referência aos “quarenta dias” que mediaram entre a ressurreição e a ascensão, durante os quais Jesus falou aos discípulos “a respeito do Reino de Deus” . O número quarenta é, certamente, um número simbólico: é o número que define o tempo necessário para que um discípulo possa aprender e repetir as lições do mestre. Aqui define, portanto, o tempo simbólico de iniciação ao ensinamento do Ressuscitado.As palavras de despedida de Jesus (vers. 4-8) sublinham dois aspectos: a vinda do Espírito e o testemunho que os discípulos vão ser chamados a dar “até aos confins do mundo”. Temos aqui resumida a experiência missionária da comunidade de Lucas: o Espírito irá derramar-se sobre a comunidade crente e dará a força para testemunhar Jesus em todo o mundo, desde Jerusalém a Roma. Na realidade, trata-se do programa que Lucas vai apresentar ao longo do livro, posto na boca de Jesus ressuscitado. O autor quer mostrar com a sua obra que o testemunho e a pregação da Igreja estão entroncados no próprio Jesus e são impulsionados pelo Espírito.O último tema é o da ascensão (vers. 9-11). Evidentemente, esta passagem necessita de ser interpretada para que, através da roupagem dos símbolos, a mensagem apareça com toda a claridade.Temos, em primeiro lugar, a elevação de Jesus ao céu (vers. 9a). Não estamos a falar de uma pessoa que, literalmente, descola da terra e começa a elevar-se; estamos a falar de um sentido teológico (não é o “repórter”, mas sim o “teólogo” a falar): a ascensão é uma forma de expressar simbolicamente que a exaltação de Jesus é total e atinge dimensões supra-terrenas; é a forma literária de descrever o culminar de uma vida vivida para Deus, que agora reentra na glória da comunhão com o Pai.Temos, depois, a nuvem (vers. 9b) que subtrai Jesus aos olhos dos discípulos. Pairando a meio caminho entre o céu e a terra, a nuvem é, no Antigo Testamento, um símbolo privilegiado para exprimir a presença do divino (cf. Ex 13,21.22; 14,19.24; 24,15b-18; 40,34-38). Céu e terra, presença e ausência, sombra e luz, divino e humano, são dimensões aqui sugeridas a propósito de Cristo ressuscitado, elevado à glória do Pai, mas que continua a caminhar com os discípulos.Temos, ainda, os discípulos a olhar para o céu (vers. 10a). Significa a expectativa dessa comunidade que espera ansiosamente a segunda vinda de Cristo, a fim de levar ao seu termo o projecto de libertação do homem e do mundo.Temos, finalmente, os dois homens vestidos de branco (vers. 10b). O branco sugere o mundo de Deus – o que indica que o seu testemunho vem de Deus. Eles convidam os discípulos a continuar no mundo, animados pelo Espírito, a obra libertadora de Jesus; agora, é a comunidade dos discípulos que tem de continuar, na história, a obra de Jesus, embora com a esperança posta na segunda e definitiva vinda do Senhor.O sentido fundamental da ascensão, não é que fiquemos a admirar a elevação de Jesus; mas é convidar-nos a seguir o caminho de Jesus, olhando para o futuro e entregando-nos à realização do seu projecto de salvação no meio do mundo. (Adap. Eclesia.pt)

«Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade; mas recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra».