18 de abril de 2009

"A paz esteja convosco!"


O Evangelho hoje apresenta pontos essenciais para a vida cristã tais como a fé, a vida comunitária e a missão.

Retrata a experiência dos Discípulos após a morte de Jesus. Destaca-se o medo presente, simbolizado pela noite e pelas portas fechadas, que paralisa a comunidade, e pela falta de Tomé, que não estava no momento em que Jesus aparece. Provavelmente tinham medo de que acontecesse alguma coisa com eles, igual a que aconteceu com o seu Mestre. Porém, Jesus toma a iniciativa de entrar e apresenta-se diante deles, convidando-os a uma conversão: do medo à paz. As suas palavras e seus gestos fazem com que os discípulos passem do medo à alegria. A paz desejada por Jesus é plenitude de vida, que se dá interiormente, comunitariamente e na sociedade, fazendo que o Reino de Deus aconteça, por isso a alegria que transparece é o sentimento de quem tem novamente o Senhor no coração.

Nós vivemos hoje cercados pelo medo e pela insegurança trazidos pela violência, pela falta de amor, de respeito e por tantas outras situações que nos levam ao isolamento, pois quando as pessoas se tornam uma “ameaça” para nós, não nos relacionamos como irmãos. “A paz é fruto da justiça” e a paz será alcançada quando mudarmos em primeiro lugar a nossa forma de pensar e de julgar que nos leva a fecharmo-nos nos nossos pequenos grupos ou em nós mesmos. A experiência de encontro com o Ressuscitado impulsiona para uma vida nova, para um novo agir. Com a força do Espírito Santo, os Discípulos são enviados em missão como continuadores da missão que Jesus recebeu do Pai.

O texto não diz para onde os discípulos são enviados, mas menciona qual é a missão: o perdão dos pecados. Pecado, no Evangelho de João, é o fechamento em si mesmo, é o não acolher os ensinamentos de Jesus, é o não acolher Jesus como Filho de Deus, que é amor, ou seja, é o não acolher o amor. Os Discípulos recebem a missão de continuar a anunciar o amor que experimentaram em e com Jesus e incluir na comunidade aqueles que acolherem a Palavra. Podemos concluir deste relato que a nossa missão deve ter como ponto de partida uma profunda experiência de encontro com o Senhor e só assim nossa prática será a prática do amor e da misericórdia, pois como nos diz a segunda leitura “podemos saber que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos seus mandamentos”.

A comunidade reunida testemunha para Tomé, que não estava presente, que viu o Senhor. Tomé não acredita na comunidade e quer “ver para crer”, quer ter a certeza de que o Crucificado é o Ressuscitado. Jesus manifesta-se e dá a possibilidade da realização do seu desejo, mas convida-o a deixar a incredulidade. Para as primeiras comunidades foi um convite a crer no anúncio dos Discípulos que fizeram a experiência de testemunhar a Ressurreição. As nossas comunidades são convidadas hoje a vivenciar a mesma fé e a testemunhá-la.

(Adapt. Texto Ir. Sueli da Cruz Pereira – DFMI)

12 de abril de 2009

Domingo de Páscoa


"No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou..." (Jo 20, 1-9)


Aos discípulos pede-se que sejam as testemunhas da ressurreição. Nós não vimos o sepulcro vazio; mas fazemos, todos os dias, a experiência do Senhor ressuscitado, que está vivo e que caminha ao nosso lado nos caminhos da história. A nossa missão é testemunhar essa realidade; no entanto, o nosso testemunho será oco e vazio se não for comprovado pelo amor e pela doação (as marcas da vida nova de Jesus).