Eis o que diz o Senhor:«De ti, Belém-Efratá,
pequena entre as cidades de Judá,
de ti sairá aquele que há-de reinar sobre Israel...» (Miq.5,1)
O profeta Miqueias era natural de Moréchet (1,1), provavelmente Moréchet-Gat, uma aldeia de Judá, 35 km a sudoeste de Jerusalém, numa região próxima da Filisteia. Era uma terra de camponeses, mas não isolada, uma vez que à sua volta se encontravam fortalezas importantes de Judá (Azeca, Marecha e Láquis). As incursões assírias e todos os problemas relacionados com militares e funcionários reais que acudiam àquela zona geravam instabilidade e abusos, de que as principais vítimas eram os pequenos proprietários de terras.
O título do livro situa a actividade do profeta nos reinados de Jotam, de Acaz e de Ezequias; entre 740 e 698 a.C., aproximadamente. As suas intervenções contra a injustiça social e a exploração a que são votados os camponeses enquadram-se perfeitamente nesta época. Miqueias actuou no reino do Sul na mesma altura de Isaías.
MIQUEIAS usa uma linguagem viva e dinâmica, tornando-se um dos grandes defensores da justiça. Preocupa-o a situação daqueles que, espoliados dos seus bens, se convertem em presa fácil na mão dos poderosos. Estes são os grandes proprietários de terras, as autoridades civis e militares, os sacerdotes e os falsos profetas; Do outro lado temos o povo, vítima dos desmandos dos poderosos: os que não têm terras nem casas, os órfãos e todos os oprimidos.
MIQUEIAS anuncia o castigo a Jerusalém e à Samaria, principais focos das injustiças e arbitrariedades e da duplicidade de interpretações das tradições antigas. Mas o profeta reconhece também a validade das promessas; por isso proclama a esperança num futuro de justiça para o resto de Jacob, pelo caminho da humildade e da conversão. Não se limita, pois, a denunciar e a anunciar o castigo, mas também promete a conversão e a salvação.
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