29 de junho de 2007

Festa S.Pedro e S.Paulo


Tão distante como o século quarto se celebrava uma festa em memória dos Santos Pedro e Paulo no mesmo dia, ainda que o dia não fosse o mesmo no Oriente e em Roma. O Martirológio Sírio de finais do século quarto, que é um extrato e um Catálogo Grego de santos da Ásia Menor, indica as seguintes festas em conexão com o Natal (25 de dezembro): 26 de dezembro Santo Estêvão, 27 de dezembro São Tiago e São João; 28 de dezembro São Pedro e São Paulo.
A festa principal dos Santos Pedro e Paulo foi mantida em Roma em 29 de junho desde o século terceiro ou quarto.
A data 258 nas notas revela que a partir desse ano se celebrava a memória dos dois Apóstolos em 29 de junho na Via Apia ad Catacumbas (perto de São Sebastião fuori le mura), pois nesta data os restos dos Apóstolos foram trasladados para o local descrito acima. Mais tarde, talvez com a construção da Igreja sobre as tumbas no Vaticano e na Via Ostiensi, os restos foram restituídos a seu anterior descanso: os de Pedro na Basílica Vaticana e os de Paulo na Igreja na Via Ostiensi.
No local Ad Catacumbas foi construído, tão longínquo como no século IV, uma igreja em honra aos dois Apóstolos. Desde o ano 258 guardou-se a festa principal em 29 de junho, data em que desde tempos antigos celebrava-se os Serviço Divino solene

Solenidade de S.Pedro e S.Paulo

São Pedro
Antes de se tornar um dos doze discípulos de Cristo, Simão Pedro era pescador. Teria nascido em Betsaid e morava em Cafarnaum. Segundo o relato no S.Lucas 5:1-11, Pedro terá conhecido Jesus quando este lhe pediu que utilizasse uma das suas barcas, de forma a poder pregar a uma multidão de gente que o queria ouvir. Pedro, que estava a lavar redes com São Tiago e João, seus sócios, concedeu-lhe o lugar na barca que foi afastada um pouco da margem. No final da pregação, Jesus disse a Simão Pedro que fosse pescar de novo com as redes em águas mais profundas. Pedro diz-lhe que tentara em vão pescar durante toda a noite e nada conseguira mas, em atenção ao seu pedido, fá-lo-ia. O resultado foi uma pescaria de tal monta que as redes iam rebentando, sendo necessária a ajuda da barca dos seus dois sócios, que também quase se afundava puxando os peixes. Numa atitude de humildade e espanto Pedro prosta-se perante Jesus e diz para que se afaste dele, já que é um pecador. Jesus encoraja-o, então, a segui-lo, dizendo que o tornará "pescador de homens".
De acordo com os Evangelhos, Simão foi o primeiro dos discípulos a professar a fé de que Jesus era o filho de Deus. É esse acontecimento que leva Jesus a chamá-lo de Pedro - a pedra basilar da nova crença. Encontramos o relato do evento no S. Marcos16:13-23: Jesus terá perguntado aos seus discípulos (depois de se informar do que sobre ele corria entre o povo): "E vós, quem pensais que sou eu?"; ao que Pedro respondeu "És o Cristo, Filho de Deus vivo". Jesus ter-lhe-á dito, então: "Simão, filho de Jonas, és um homem abençoado! Pois isso não te foi revelado por nenhum homem, mas pelo meu Pai, que está no céu. Por isso te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e o poder da morte não poderá mais vencê-la. Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu, e o que ligares na terra será ligado no céu, e o que desligares na terra será desligado no céu". É por esta razão que São Pedro é, geralmente representado com chaves na mão e a tradição apresenta-o como porteiro do Paraiso.


São Paulo
O seu duplo nome, Saulo (nome judeu) e Paulo (nome grego) indica que pertence a estas duas civilizações: judeu por ter nascido no seio de uma família de pura raça judaica e cidadania romana por nascimento. Nasceu em Tarso, na Cilícia (Act.21,39), entre o ano 5 e o ano 15d.C. A sua família é tribo judaica Benjamim. Sendo fariseu, é circuncidado ao oitavo dia e educado na mais estrita observância (Fil3,5). Estuda em Jerusalém «aos pés de Gamaliel», o mais célebre doutor da Lei. Recebe a cidadania romana, fala correctamente a língua grega, conhece os modos do pensamento grego e os autores que o cultivam. É um homem de estatura um tanto baixa, pernas arqueadas, calvo, nariz adunco. Aprende ainda novo o ofício de tecelão de tendas que era muito divulgado em Tarso.
No princípio, foi perseguidor implacável da jovem igreja cristã e esteve presente no assassínio de Estevão. Teve uma conversão súbita a caminho de Damasco, devido à aparição de Jesus Ressuscitado, que ao lhe manifestar a verdadeira fé cristã, indicou-lhe sua missão especial de Apóstolo dos gentios(Act.9,3-19; Gl.1,12.15s; Ef.3,2s). A partir deste momento (cerca do ano 36), ele vai dedicar toda a sua vida ao serviço de Cristo.

23 de junho de 2007

Solenidade de São João Baptista

E foi habitar no deserto até ao dia em que se manifestou a Israel

João Baptista é-nos apresentado como o precursor de Jesus, os quatro evangelhos citam o profeta Isaías «Uma voz clama no deserto: Preparai os caminhos do Senhor, e endireitai as suas veredas» (Is.40,3) para nos apresentar João Baptista como alguém eleito por Deus para anunciar a vinda do Messias. João é a linha divisória entre o Antigo e o Novo Testamento. Ele personifica o antigo e o anúncio do novo. João era filho de Zacarias, sacerdote que servia no templo de Jerusalém, Isabel sua mãe era descendente de Aarão (Lc.1,5), eram um casal idoso que não tinha filhos. A história do nascimento de João é narrada apenas por Lucas. Em Lucas do capítulo 1,5 até ao capítulo 2,35, podemos ver como o evangelista nos vai alternando a narração referente a João e a Jesus, desde o Anúncio do nascimento até à circuncisão e apresentação no Templo.

17 de junho de 2007

A misericórdia de Deus

"São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou"
Lc.7, 36 - 8,3

No Evangelho, Jesus vai jantar na casa de um fariseu e é surpreendido com o gesto de uma mulher que se prostra a seus pés, banha-os com suas lágrimas, seca-os com os cabelos, beija-os e unge-os com perfume. O fariseu desaprova a atitude da mulher e de Jesus, que se deixou tocar por uma pecadora. Jesus percebe isso e aproveita para mostrar que quem alcança a misericórdia de Deus é aquele que se reconhece pequeno e fraco diante do Pai e que se deixa envolver pela sua bondade. Os critérios de Jesus são diferentes do fariseu. Para Ele, a força do amor é maior que o peso do pecado. O perdão e o amor abrem um novo caminho para a mulher viver uma vida nova. Ninguém está livre de grandes erros, mas sempre é possível reencontrar o caminho da salvação. Para isso, é preciso, em primeiro lugar, reconhecer-se pecador, sujeito a falhar na fidelidade para com Deus. Brota desse reconhecimento a necessidade de confiar na misericórdia divina, sentindo-nos acolhidos e perdoados pelo Pai.


Hoje é o Domingo da misericórdia de Deus.

10 de junho de 2007

O filho da viúva de Naim


O filho da viúva de Naim – Luc. 7:11-17

Este milagre é descrito apenas por Lucas. Naim era uma aldeia a uns 10 quilômetros de Nazaré. O texto diz que "o Senhor Se compadeceu" da viúva. A maior tragédia que podia ocorrer a uma viúva era perder o único filho. Jesus não pediu à viùva qualquer prova de fé, nem a qualquer pessoa da multidão que acompanhava o enterro.
A ordem de Jesus foi apenas: "jovem, levanta-te"; o jovem passou a falar e todos reconheceram que Deus visitou o seu povo e glorificavam a Deus.

6 de junho de 2007

Solenidade do Corpo de Deus



História da Solenidade do Corpo de Deus
A Solenidade Litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como "Corpo de Deus", começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade belga de Liège, tendo sido alargada à Igreja universal pelo Papa Urbano IV através da bula "Transiturus", em 1264, dotando-a de missa e ofício próprios.
Teria chegado a Portugal provavelmente nos finais do século XIII e tomou a denominação de Festa de Corpo de Deus, embora o mistério e a festa da Eucaristia seja o Corpo de Cristo. Esta exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60° dia após a Páscoa e forçosamente uma Quinta-feira, fazendo assim a união íntima com a Última Ceia de Quinta-feira Santa.
Em 1311 e em 1317 foi novamente recomendada pelo Concílio de Vienne (França) e pelo Papa João XXII, respectivamente. Nos primeiros séculos, a Eucaristia era adorada publicamente, mas só durante o tempo da missa e da comunhão. A conservação da hóstia consagrada fora prevista, originalmente, para levar a comunhão aos doentes e ausentes.
Só durante a Idade Média se regista, no Ocidente, um culto dirigido mais deliberadamente à presença eucarística, dando maior relevo à adoração. No século XII é introduzido um novo rito na celebração da Missa: a elevação da hóstia consagrada, no momento da consagração. No século XIII, a adoração da hóstia desenvolve-se fora da missa e aumenta a afluência popular à procissão do Santíssimo Sacramento. A procissão do Corpo e Sangue de Cristo é, neste contexto, a última da série, mas com o passar dos anos tornou-se a mais importante.
Do desejo primitivo de "ver a hóstia" passou-se para uma festa da realeza de Cristo, na "Chirstianitas" medieval, em que a presença do Senhor bendiz a cidade e os homens.
A "comemoração mais célebre e solene do Sacramento memorial da Missa" (Urbano IV) recebeu várias denominações ao longo dos séculos: festa do Santíssimo Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo; festa da Eucaristia; festa do Corpo de Cristo. Hoje denomina-se solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, tendo desaparecido a festa litúrgica do "Preciosíssimo Sangue", a 1 de Julho.
A procissão com o Santíssimo Sacramento é recomendada pelo Código de Direito Canónico, no qual se refere que "onde, a juízo do Bispo diocesano, for possível, para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia faça-se uma procissão pelas vias públicas, sobretudo na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo" (cân 944, §1).
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2 de junho de 2007

Mistério Santíssima Trindade


Interiorização do Mistério da SSma.Trindade
Jesus Cristo é o Filho unigénito do Pai, habitado pelo Espírito Santo. Ele é o lugar da SSma.Trindade.
O cristão «nascido da água e do Espírito Santo, no Baptismo» (Jo.3,5) e movido pela «força do Espírito Santo» (Act.1,8), recebida no sacramento do Crisma, é outro «Cristo». Somos «filhos movidos pela força do Espírito Santo, que nos faz, templos do Pai» (1Cor.3,16)
Se vivêssemos a nossa vocação de «filhos de Deus», os homens descobririam em nós o que descobriam em Jesus Cristo: a presença de Deus.
Os cristãos não vivem esta sua vocação de «lugares da SSma. Trindade», porque não rezam, como o Senhor ensinou. E o que é rezar como o Senhor ensinou? É entrar no Mistério da SSma. Trindade.
Quase todos imaginamos a oração, como «saída» de si (de casa), para participar em actos de culto. Imaginamos as pessoas que vão ao encontro de Deus, quando vão à Catequese, `aula de Religião e Moral, ao grupo de Oração, ao Terço, à Missa, à Comunhão ou a um lugar de devoção. Estamos assim a procurar Deus, fora de nós, quando o devíamos procurar dentro de nós, porque, como diz Lucas: «O Reino de Deus está dentro de vós» (Lc.17,21).
Adorar a Deus em espírito e em verdade é entrar cada um dentro de si, ou, melhor ainda, entrar cada um dentro de Deus.
«Quando orares, entra no teu quarto e reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, recompensar-te-à»(Mt.6,6). É como quem diz: entra em ti e encontrarás aquele que está dentro de ti.
Rezar «em espírito e verdade» é entrar cada um dentro d si ou dentro de Deus, para escutar o que Deus lhe pede, através dos «gemidos inefáveis do Espírito Santo, que vem em nossa ajuda, para pedirmos ao Pai o que devemos»(Rom.8,26-27)
Rezar «em espírito e verdade» é entrar em comunhão com a SSma Trindade: movidos pelo Espírito de Jesus - Espírito Santo – é entrar como filhos, no Pai, que é o «templo», onde se deve adorar.
Rezar é saborear o que é «Cristo estar em nós e nós nele» (Jo.14,20); e, como filhos no Filho, saborear o que é «estar no Pai e o Pai em nós»(Jo.14,11)
Rezar é entrar na intimidade da SSma.Trindade, porque habitados pelo Espírito Santo – o Espírito do Pai e do Filho - «deixamos de ser servos, para sermos amigos íntimos de Jesus, que nos deu e dá a conhecer tudo o que ouviu ao Pai»(Jo.15,15)
Rezar não é sair fora de si, para procurar Deus. Rezar é entrar em si e em Deus, mesmo quando saímos de casa para ir à Catequese, à Missa, ao Terço,… «Deixa Deus entrar!»