17 de outubro de 2009

“O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir ..."

“O Filho do homem não veio para ser servido,

mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”.

O trabalho solidário faz parte essencialmente da vida do cristão. Como cristãos não buscamos “lucro” ou grandes vitórias apoteóticas. Estamos ao serviço do Senhor em todas as circunstâncias da nossa vida. Não importa o nosso cargo e o que fazemos, mas sim o “como fazemos”.

Para sermos grandes deveremos ser servos de todos. Parece que esta afirmação não interessa muito num mundo de competição onde as relações comerciais sufocam tremendamente as relações de fraternidade e solidariedade. Só seremos felizes se a nossa vida estiver a ajudar a construir a felicidade de nossos irmãos.

Quando seguimos a Cristo de verdade, teremos que beber do seu cálice. Vamos passar pelo desprezo do mundo, pela solidão do seguimento, aparentemente seremos derrotados várias vezes.

O que nos irá guiar é a luz do amor de Deus que sentimos no fundo de nosso coração. É é esta luz que deve ser a referência da nossa vida. A felicidade que Deus nos transmite é muito maior que as alegrias momentâneas que alimentam a sociedade moderna.

Somos desafiados a olhar para dentro de nosso coração e sairmos de nosso próprio egoísmo.

O serviço do cristão acontece dentro da humildade e da fé. Somos simples instrumentos do verdadeiro “Dínamo” que produz amor e felicidade. Todo o cristão baptizado é missionário.

O nosso baptismo é um compromisso de entrega ao amor de Deus que se expande na nossa vida. Somos convidados a transmitir as verdades fundamentais da nossa fé a todas as pessoas que nos rodeiam, especialmente através do nosso testemunho.

Como cristãos devemos ser reconhecidos pela alegria de termos encontrado o amor de Deus em nós e devemos anunciar este amor a todos, inclusive aos que já são baptizados.

“Fazei Senhor Jesus que nos possamos sentir evangelizadores dos nossos irmãos a partir da alegria de nossa experiência convosco”.

adap.EI GIRIBONE (Ordem dos Carmelitas Descalços)

11 de outubro de 2009

A única coisa necessária


    Falta-te uma coisa só: a única que permanece, que é verdadeiramente boa, que está acima da lei, que a lei não dá nem contém, e que é própria daqueles que possuem a verdadeira vida. Numa palavra, aquele que tinha observado integralmente a lei desde a meninice e que tinha falado de si de modo tão presunçoso e orgulhoso, não conseguiu obter aquela única coisa que só o Salvador pode dar, necessária para obter a vida eterna que desejava; mas retirou-se triste, desencorajado pelas exigências daquela vida eterna em vista da qual tinha vindo interrogar o Mestre. Não a desejava seriamente como as palavras o sugeriam, mas pretendia tão só fazer alarde de boa vontade. Certamente teria sido solícito em fazer tantas coisas, mas não estava disposto a cumprir aquela que é a única e exclusiva obra de salvação, para a qual era débil e indolente. Como disse Jesus a Marta, que se preocupava com muitas coisas e se distraía e agitava para o servir, acusando ainda a irmã de ociosa porque em vez de a ajudar ficava sentada a seus pés, extática como uma discípula: "Preocupas-te com muitas coisas; Maria escolheu a melhor parte que não lhe será tirada" (cf. Lc 10, 41-42). Do mesmo modo, recomenda também a este homem que ponha de lado qualquer outra preocupação terrena para se prender à única coisa necessária, permanecendo no amor d'Aquele que lhe oferecia a vida eterna.
    Homilário Patrístico -(Clemente de Alexandria, Do opúsculo Que rico poderá salvar-se?, 5, 10)

4 de outubro de 2009

S.Francisco de Assis



S. Francisco e o Sermão
das aves

Certo dia, Francisco saiu para uma missão. Entre Cannara e Bevagna, num local silvestre, onde havia um pequeno descampado e ao redor muitas árvores de todas as espécies.
Em cima das árvores, voando em revoadas e espalhadas pelo chão no descampado, muitas aves, que cantavam e se confraternizavam com grande alarido.
O Santo falou a seus discípulos: "Esperem um momento, vou pregar às nossas irmãzinhas aves!"
Entrou no campo indo de encontro às aves que estavam no chão. E mal começou a pregar, as que estavam nas árvores desceram. Nenhuma se mexia, embora andando ele passasse perto e mesmo chegasse a roçar nelas com a extremidade de sua veste! E dizia às aves:

"Minhas irmãzinhas aves, vocês devem muito a DEUS, o CRIADOR, e por isso, em todo lugar que estiverem devem louva-LO, porque ELE lhes permitiu que voassem para onde quisessem, livremente, da mesma forma que devem agradecer o alimento que ELE lhes dá, sem que para isso tenham que trabalhar; agradeçam ainda a bela voz que o SENHOR lhes proporciona, que lhes permitem realizar lindas entonações! Vejam, minhas queridas irmãzinhas, vocês não semeiam e não ceifam. É DEUS quem lhes apascenta, quem lhes dá os rios e as fontes, para saciar a sede; quem lhes dá os montes e os vales, para o seu refúgio e lazer, assim como lhes dá as árvores altas, para fazerem os ninhos. Embora não saibam fiar e nem coser, DEUS lhes concede admiráveis vestimentas para todas vocês e seus filhos, porque ELE lhes ama muito e quer o bem estar de vocês. Por isso, minhas irmãzinhas, não sejam ingratas, procurem sempre se esforçarem em louvar a DEUS."

Acabando de dizer-lhes estas palavras, todas as aves num gesto quase uniforme, começaram a abrir os bicos e esticar os pescoços, à medida que abriam as asas e inclinavam reverentemente a cabeça até a terra, cantando, demonstrando assim que Francisco lhes havia proporcionado uma grande satisfação!

Finalmente, São Francisco lhes fez o Sinal da Cruz e deu-lhes licença de se retirarem. Então, todas aquelas aves se levantaram no ar com um maravilhoso canto, e logo se dividiram em revoadas e desapareceram atrás das colinas e das matas.

Conta-se que, dias depois, o Santo foi em companhia de Frei Massau a um lugarejo chamado Alviano, entre Orte e Orvieto. Pararam na praça do Mercado e como sempre, cantaram uma melodia com versos que convidavam a conversão do coração, com a finalidade de reunir o povo. Depois começou a pregar. Entardecia. As andorinhas que ainda hoje fazem ninho nos altos muros e nas torres das construções, voavam de um lado para outro em ciclo contínuo, cantando forte e de modo quase uníssono. Os habitantes do lugarejo que se comprimiam ao redor para ouvir a palavra dele, não estavam conseguindo entender quase nada, porque o barulho das andorinhas era muito intenso. Então, Francisco com a maior tranqüilidade, olhou para elas e com muita doçura disse:

"Irmãs andorinhas, parece-me que agora é minha vez de falar. Já cantaram e falaram bastante! Escutem, pois, a palavra de DEUS e fiquem silenciosas enquanto eu falo!"

Elas pararam e fizeram um grande silêncio, por todo o tempo que ele falou.

3 de outubro de 2009

Não separe o homem o que Deus uniu


O projeto criador (Gn 2,18) leva o homem a sair de sua solidão para unir-se à sua mulher como um só ser (Gn 2,24). Dois seres que completam-se. Quem se casa forma parte inseparável da outra pessoa. É por isso que a sociedade sagrada da família escapa ao arbítrio de leis humanas, que nunca poderão sobrepor-se à lei divina do matrimônio monogâmico e indissolúvel.
Não pretendamos corrigir um desentendimento do casal com um mal maior: a separação.
A melhor maneira de ser útil à sociedade não é ceder às suas fraquezas. Já em Ml 2,16 Deus apresenta o repúdio como "uma iniquidade". O próprio equilíbrio emocional dos filhos exige a fidelidade dos pais na unidade inquebrantável ("Gaudium et Spes",48).



Oração
Liberte-me, Senhor, do poder do egoísmo. Ajude-me a
compreender o plano de amor que o Senhor traçou para
mim na família que constituí por vocação. Que eu, com a
luz do Espírito Santo, saiba honrar o papel que me compete
na construção do meu lar. Que desapareça em mim toda
discórdia maligna, toda tentação de arruinar meu lar com a
falta de equilíbrio diante dos revezes da vida. Que o mal
não possa separar o que o Senhor uniu para o bem. Que a
presença do Senhor conserve o amor que tudo suporta,
que santifica e faz a família ser inteiramente do Senhor.
Amém.