31 de janeiro de 2016

Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios


Nestes primeiros domingos do Tempo Comum, desde o Baptismo do Senhor até ao I Domingo da Quaresma, a 2ª Leitura centra-se na Primeira Epistola de S.Paulo aos Coríntios, capítulos 12, 13 e 15.


Paulo não a escreveu esta carta durante a primeira estadia em Corinto. Escreveu-a depois, quando estava em Éfeso. Quando recebeu más noticias de Corinto, da comunidade em Corinto. Más notícias que falavam de divisões e de escândalos.
Paulo preocupou-se e escreveu uma 1ª carta, carta essa que se perdeu, sabemos isso através da 1ª carta aos Coríntios em que ele fala que “ na 1ª carta que eu vos escrevi disse-vos isto, aquilo e aqueloutro”, está na 1ª carta aos Coríntios 5, 9.
Não chegou até hoje essa carta porque perdeu-se no tempo certamente.
Depois sabemos que essa carta não produziu o efeito desejado nos Coríntios e Paulo, ao saber isso, resolveu escrever uma 2ª carta. Essa carta vem na resposta daquela 1ª. Os seguidores de Paulo chamam a atenção para a divisão e os escândalos que não pararam, e colocam-lhe algumas perguntas sobre a moral, o culto, a ética. Então S. Paulo decide escrever esta carta que nós chamamos de 1ª aos Coríntios, mas na verdade seria 2ª aos Coríntios.

Esta carta baseia-se em 2 temas fundamentais:
Um, Jesus Cristo, a sabedoria de Deus, Jesus Cristo é a Palavra definitiva de Deus; outro, a liberdade, o amor cristão, como os fundamentos da vida cristã e a divisão.
Podemos ver que do 1º ao 4º capítulos Paulo fala dessas divisões existente naquela comunidade; fala da importância do símbolo da cruz e dos ministros;
No capítulo 5 fala-se de um caso de incesto, este era um dos escândalos, de um marido que convivia com a sogra;
No capítulo 6 fala-nos de rixas entre os cristãos e fala também do escândalo da fornicação;
No capítulo 7 fala do matrimónio e do celibato, porque colocaram-lhe a questão do que devemos escolher: o matrimónio ou o celibato? O que é que é mais agradável aos olhos de Deus? O que é que é mais elevado?
No capítulo 8 a 10 fala das vítimas sacrificadas, isto é da idolatria. Portanto sabemos que na cidade de Corinto estava ainda muito vivo o culto pagão e o culto pagão matava animais, sacrificava-os aos deuses e depois essas carnes imoladas eram comidas em grandes banquetes;
No capítulo 11 fala do véu das mulheres, a necessidade das mulheres usarem o véu como sinal de respeito, mas também da eleição, da ágape, isto é da confraternização entre os cristãos e da eucaristia;
No capítulo 12 e 13, estes que estamos a analisar, fala dos carismas e dos dons;
No capítulo 14 fala das profecias e línguas misteriosas;
No capítulo 15 da ressurreição
E por fim no último capítulo 16 fala da colecta para Jerusalém.

26 de janeiro de 2016

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2016


«“Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13). As obras de misericórdia no caminho jubilar»
1. Maria, ícone duma Igreja que evangeliza porque evangelizada
Na Bula de proclamação do Jubileu, fiz o convite para que «a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus» (Misericordiӕ Vultus, 17). Com o apelo à escuta da Palavra de Deus e à iniciativa «24 horas para o Senhor», quis sublinhar a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente a palavra profética. Com efeito, a misericórdia de Deus é um anúncio ao mundo; mas cada cristão é chamado a fazer pessoalmente experiência de tal anúncio. Por isso, no tempo da Quaresma, enviarei os Missionários da Misericórdia a fim de serem, para todos, um sinal concreto da proximidade e do perdão de Deus.
Maria, por ter acolhido a Boa Notícia que Lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, canta profeticamente, no Magnificat, a misericórdia com que Deus A predestinou. Deste modo a Virgem de Nazaré, prometida esposa de José, torna-se o ícone perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e continua a ser evangelizada por obra do Espírito Santo, que fecundou o seu ventre virginal. Com efeito, na tradição profética, a misericórdia aparece estreitamente ligada – mesmo etimologicamente – com as vísceras maternas (rahamim) e com uma bondade generosa, fiel e compassiva (hesed) que se vive no âmbito das relações conjugais e parentais.
2. A aliança de Deus com os homens: uma história de misericórdia
O mistério da misericórdia divina desvenda-se no decurso da história da aliança entre Deus e o seu povo Israel. Na realidade, Deus mostra-Se sempre rico de misericórdia, pronto em qualquer circunstância a derramar sobre o seu povo uma ternura e uma compaixão viscerais, sobretudo nos momentos mais dramáticos quando a infidelidade quebra o vínculo do Pacto e se requer que a aliança seja ratificada de maneira mais estável na justiça e na verdade. Encontramo-nos aqui perante um verdadeiro e próprio drama de amor, no qual Deus desempenha o papel de pai e marido traído, enquanto Israel desempenha o de filho/filha e esposa infiéis. São precisamente as imagens familiares – como no caso de Oseias (cf. Os 1-2) – que melhor exprimem até que ponto Deus quer ligar-Se ao seu povo.
Este drama de amor alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada (cf. Misericordiӕ Vultus, 8). Na realidade, Jesus de Nazaré enquanto homem é, para todos os efeitos, filho de Israel. E é-o ao ponto de encarnar aquela escuta perfeita de Deus que se exige a cada judeu pelo Shemà, fulcro ainda hoje da aliança de Deus com Israel: «Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças» (Dt 6, 4-5). O Filho de Deus é o Esposo que tudo faz para ganhar o amor da sua Esposa, à qual O liga o seu amor incondicional que se torna visível nas núpcias eternas com ela.

Este é o coração pulsante do querigma apostólico, no qual ocupa um lugar central e fundamental a misericórdia divina. Nele sobressai «a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado» (Evangelii gaudium, 36), aquele primeiro anúncio que «sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra, durante a catequese» (Ibid., 164). Então a Misericórdia «exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar» (Misericordiӕ Vultus, 21), restabelecendo precisamente assim a relação com Ele. E, em Jesus crucificado, Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu e afastou d'Ele. E faz isto na esperança de assim poder finalmente comover o coração endurecido da sua Esposa.

23 de janeiro de 2016

Evangelho São Lucas

O Evangelho de S. Lucas, tem um destinatário específico, Teófilo (1.3). Esse nome refere-se a uma pessoa e o emprego do adjetivo “excelentíssimo” junto com o nome, revela que se trata de alguém de posição importante. Teófilo era possivelmente o patrocinador de Lucas, responsável por mandar copiar e distribuir seus escritos. Dedicatórias como essa da abertura do livro de Lucas eram comuns naquela época.

Teófilo, no entanto, era mais que um patrocinador. A mensagem desse Evangelho visava à instrução não só daqueles entre os quais o livro iria circular, mas também ao próprio Teófilo (1.4). O facto de esse Evangelho ter sido inicialmente dirigido a Teófilo não reduz nem limita o seu propósito. Foi escrito para fortalecer a fé de todos os crentes e para reagir aos ataques dos incrédulos contra Jesus. Lucas queria demonstrar que o lugar ocupado pelo gentio convertido ao Reino de Deus baseia-se nos ensinos de Cristo. Queria recomendar a pregação do Evangelho ao mundo inteiro, não apenas aos judeus.

O Evangelho de Lucas foi escrito para os gregos, por isso Jesus é apresentado como o Homem Perfeito, pois os gregos sempre procuraram a perfeição. Os gregos inventaram a matemática, a ciência e a filosofia; foram os primeiros a escrever histórias em lugar de meros anais; especularam livremente sobre a natureza do mundo e as finalidades da vida, sem que se achassem acorrentados a qualquer ortodoxia herdada. Foi para esses intelectuais que Lucas descreveu a vida e a obra de Cristo, o Homem e o Salvador Perfeito. Lucas o descreveu como um homem cheio de simpatia para com toda a humanidade, Salvador de todos os homens, sem distinção de qualquer espécie.

Lucas escreveu especialmente para o povo grego, símbolo da cultura, da filosofia, da sabedoria e da educação, a fim de apresentar a gloriosa beleza e perfeição de Jesus, o Homem Perfeito. (adap.santovivo)

22 de janeiro de 2016

Proclamação do «ano da graça do Senhor» na Sinagoga de Nazaré


 Jesus faz o anúncio do «ano da graça do Senhor» conforme  Lc.4, 16-21.
É o começo do ministério de Jesus. Depois do Baptismo no Jordão e da experiência do deserto, Jesus dá início à sua  pregação  na sinagoga de Nazaré. 
A sinagoga era o local da reunião dos judeus, aí se celebrava o Sábado com a leitura da Lei e dos Profetas, seguida de homilia, que era feita por adultos versados nas Escrituras. Jesus no contexto litúrgico da celebração sinagogal do Sábado, lê a passagem do profeta Isaías (Is.61,1-2) e  depois de ter exercido a função de leitor pronuncia uma verdadeira homilia que se resume nas palavras recolhidas pelo evangelista: “Cumpriu-se  hoje  esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir” (Lc.4,21). 
Aqui Jesus apresenta-se como o Messias anunciado pelo profeta  Isaías e diz mais, o tempo da realização dessa promessa já começou: hoje. Chegou com Ele «a plenitude dos tempos».
Na Sinagoga de Nazaré, Jesus declarou aberto o tempo da sua presença salvadora no meio doa homens e esta presença consiste em levar a termo as promessas da antiga aliança.    
A expressão hoje não tem um valor cronológico, significa sim o momento em que o Filho de Deus entra na vida dos homens e na história da humanidade. Nisto consiste o «ano da graça do Senhor», permanente e definitivo para a humanidade, declarado aberto para sempre, por Jesus.
A importância que S. Lucas atribui ao cumprimento messiânico em Cristo, leva-nos a pensar que os valores do ano jubilar também se realizaram em Cristo e na sua comunidade. Segundo o Evangelho de S. Lucas:
Jesus concretiza a profecia de Isaías
Os primeiros destinatários da missão de Jesus, são os pobres, a quem foi enviado a anunciar a boa notícia. (eram todos aqueles que estavam privados dos seus bens, que não tinham o necessário para viver, porque foram obrigados a vender  as suas terras. Eram quase sempre estes pobres que estavam sujeitos às injustiças dos ricos).
O segundo objectivo visava  a libertação dos prisioneiros (prisioneiros eram também os pobres obrigados a viver  em condições de escravidão ou prisão, dada a sua impossibilidade de pagar as suas dívidas)
O terceiro grupo de destinatários da missão de Jesus, são os cegos, a quem é enviado para anunciar e realizar a cura da vista.( Estes cegos são todos aqueles cegos, coxos, aleijados a quem Jesus curou, mas Jesus não se limita à cegueira física, coloca-a a par da cegueira  espiritual e interior.
A libertação dos oprimidos (são muitas as situações de opressão de que Jesus liberta os homens, como podemos ver pelos relatos evangélicos. A opressão fundamental, de que Jesus liberta os homens  é a de satanás, que é a libertação do mal. A par desta, também se devem colocar a libertação da doença, da morte e do pecado.)
Assim as expectativas e as solicitações sociais do ano jubilar, legisladas em Lv.25,8-55, consideram-se realizadas por Jesus, porque Jesus não realiza apenas um ano agradável ao Senhor, mas também se realiza o «hoje» da salvação definitiva, não é preciso esperar outro momento.

Portanto as expectativas do ano jubilar realizam-se no «hoje» de cada momento do nosso encontro com Jesus Cristo.

16 de janeiro de 2016

Bodas de Caná


Em Caná da Galileia celebraram-se umas bodas. S. João é o único evangelista que narra o primeiro sinal de Jesus, realizado durante aquela celebração em Caná, a pedido de Nossa Senhora, converteu a água em vinho.(Cf. Jo 2,1-11).  


Desde os tempos mais antigos, a riqueza e densidade do relato de S. João sobre os primeiros passos do Senhor na sua vida pública alimentaram a reflexão cristã. O milagre de Caná assinala o início dos sinais messiânicos, anuncia já a Hora da glorificação de Cristo e manifesta a fé dos apóstolos n’Ele. 


Por isso, é significativo que S. João tenha referido a presença e a atuação de Nossa Senhora naquele momento.
A entrega do Senhor pelos homens tem a sua hora, que em Caná ainda não tinha chegado. Contudo, Jesus antecipa-a graças à intercessão da Santíssima Virgem: “Maria põe-se de permeio entre o seu Filho e os homens na realidade das suas privações, das suas indigências e dos seus sofrimentos. Põe-se de "permeio", isto é, faz de mediadora, não como uma estranha, mas na sua posição de mãe, consciente de que como tal pode - ou antes, "tem o direito de" - fazer presente ao Filho as necessidades dos homens.” (João Paulo II, Encíclica Redemptoris Mater, 25-III-1987, nº 21).


Desde sempre, o povo cristão confiou na mediação da Mãe de Jesus, venerando e invocando continuamente. A figura de Maria não pode entender-se senão a partir de Cristo, pois tudo em Maria tem raiz, orientação e sentido cristocêntrico. É ela que nos diz: «Fazei tudo o que Ele vos disser»

bodas de caná

11 de janeiro de 2016

Tempo Comum





Nesta segunda-feira, a seguir ao Domingo do Batismo do Senhor, dá-se início ao tempo comum, o qual está dividido em duas partes.

1ª PARTE
Início:  Segunda feira após o Batismo de Jesus
Término:  Véspera da Quarta-feira das Cinzas
Espiritualidade:  Esperança e escuta da Palavra
Ensinamento:  Anúncio do Reino de Deus
Cor:  Verde
1ª Parte: Começa após o batismo de Jesus e acaba na terça antes da quarta-feira de Cinzas.

2ª PARTE
Início:  Segunda-feira após o Pentecostes
Término:  Véspera do 1º Domingo do Advento
Espiritualidade:  Vivência do Reino de Deus
Ensinamento:  Os Cristãos são o sinal do Reino
Cor:  Verde

2ª Parte: Começa na segunda após Pentecostes e vai até o sábado anterior ao 1º Domingo do advento.

Ao todo são 34 semanas. É um período sem grandes acontecimentos. É um tempo que nos mostra que Deus se fez presente nas coisas mais simples. É um tempo de esperança e acolhimento da Palavra de Deus. É um tempo em que nos é dado a conhecer o Reino de Deus

9 de janeiro de 2016

Batismo do Senhor

A festa do Batismo do Senhor põe fim ao tempo festivo do Natal. Sai do âmbito da infância de Jesus, e coloca-nos na véspera de sua vida pública. A voz de Deus que acompanha o dom do Espírito Santo a Jesus proclama-o “filho muito amado”(Cf. Lc 3) de Deus, no qual Deus se compraz: o beneplácito de Deus repousa nele. Jesus é quem executará o projeto do Pai. Por isso é chamado de “filho”, termo que pode ser aplicado a todo justo, mas no caso de Jesus, de maneira única.·

O Batismo de Jesus marcará o início de sua vida pública, de sua missão redentora no mundo. O Batismo confirma a missão de Jesus sobre a terra. Assim também deve ser o nosso batismo que assinala a nossa entrada na comunidade cristã e o consequente início de nossa colaboração com Cristo.

O Batismo é o sacramento porta. O Batismo é o primeiro dos sacramentos abrindo-nos as portas para todos os outros, é o fundamento de toda a vida cristã. Assim foi com Jesus que se fez batizar por João Batista, o precursor para iniciar a sua vida pública, a pregação do Reino de Deus. Também nós batizados, no dia do nosso batismo assumimos um compromisso com Jesus, o de iniciar uma vida de pregação do Reino de Deus e de vivência completa e autêntica do Evangelho.

O Batismo de João acentua a CONVERSÃO. E isso vai ao encontro da pregação de Jesus, cuja primeira condição para ser cristão é a conversão do coração.

Mesmo não tendo pecado, Jesus procurou o batismo para começar a cumprir a vontade do Pai, como o fará em várias ocasiões durante a sua vida pública.
O Batismo confirma a missão de Jesus sobre a terra. A partir do Batismo Jesus inicia a sua vida pública, ou seja, a sua profecia ministerial, que exercerá com a força e o poder de Deus, e em nome do mesmo Deus, anunciar a conversão e a santidade.

 “o céu abriu-se”, afirma o Evangelista. São Lucas quer afirmar que começou uma nova etapa na história da salvação, começou a era messiânica, há um novo relacionamento entre o céu e a terra, tudo o que é do céu pode passar a terra, tudo o que é da terra pode entrar nos céus.


Hoje é dia de recordar, o dia do nosso batismo.

2 de janeiro de 2016

Epifania do Senhor




Neste domingo, a Igreja celebra a Epifania do Senhor, solenidade em que se festeja a manifestação da divindade de Jesus Cristo e a adoração dos reis magos ao Deus Menino, em Belém de Judá.

A palavra “epifania”, tem origem no verbo grego “epiphaino”, que tem o significado de “mostrar”. O substantivo “epifania”, do grego “epiphaneia” quer dizer: aparição, manifestação.

“A epifania é a festa, como a entendemos hoje, com a qual se celebram tanto a manifestação da divindade de Jesus Cristo como a visita e a adoração a Jesus, em Belém, dos três reis magos vindos do Oriente, fixada na liturgia para o dia 6 de Janeiro”. A solenidade é celebrada no domingo seguinte à data da festa litúrgica.  
A origem da festa da Epifania remonta ao tempo dos gnósticos basilidianos (pensadores cristãos da região da Basílide, no Oriente Médio), no século II, que celebravam a manifestação do Cristo de origem divina no mundo terrestre ocorrida no momento do seu baptismo. “Portanto, originalmente se comemorava, no dia 6 de Janeiro, a festa do baptismo de Jesus Cristo.

A partir do século IV, celebravam-se simultaneamente, no dia 6 de Janeiro e com o nome de Epifania, tanto a festividade do baptismo como a do Natal. “Porém, no mesmo século IV começou a surgir o costume de se festejar o Natal no dia 25 de Dezembro, o baptismo de Jesus foi passando para segundo plano e a adoração dos magos foi-se impondo como a festa principal.

Segundo a tradição da Igreja do século I, os magos seriam possivelmente reis de nações ao leste do Mediterrâneo, sábios e poderosos, que cultivavam o conhecimento do homem e da natureza buscando contacto com Deus. Naquele tempo, os persas chamavam “magos” aos sacerdotes. Mais tarde, a tradição os chamou de “reis” lembrando o salmo 72,10-11: ‘Os reis do Ocidente e das ilhas lhe pagarão tributo. Os reis da Arábia e da Etiópia lhe oferecerão presentes. Diante dele se prostrarão todos os reis e o servirão todas as nações. Os reis vieram do Oriente, isto é, da Arábia, Pérsia ou Caldeia.

Os nomes dos magos, Melchior, Gaspar e Baltazar, vêm da tradição e não da Bíblia”. Tradicionalmente, Melchior é representado como um ancião branco com barbas, traz como presente o ouro que representa a realeza de Cristo;Gaspar, jovem de pele morena, traz o incenso, representando a divindade de Jesus Cristo;Baltazar, de raça negra, oferece ao Menino Jesus a mirra, substância para embalsamar cadáveres, representando sua humanidade, o sofrimento e a morte do Senhor.

O significado da Epifania, na Igreja Ortodoxa (Oriente), é a festa da manifestação do Senhor Jesus, ou seja, a celebração de seu nascimento como verdadeiro homem (mistério da Encarnação).

Já no tempo de São João Crisóstomo, em Antioquia e no Egipto, acrescentou-se também a comemoração do baptismo de Jesus no Rio Jordão. No Ocidente, a festa da Epifania tem um significado diferente. O que se celebra é a revelação de Jesus ao mundo pagão, que é simbolizado pela  vinda dos reis magos para adorar o Redentor recém-nascido em Belém.

Actualmente, na nossa liturgia, a Epifania celebra a vinda dos magos, vistos como primícias dos pagãos que acolhem Jesus como o Senhor. No prefácio da liturgia da Epifania, encontramos o significado da festa: ‘Revelastes, hoje, o mistério de vosso Filho como luz para iluminar todos os povos no caminho da salvação. ‘Cristo é a Luz, estrela, dos povos”.