Desde o século IV, Maria é louvada como magnífico modelo de vida virginal, entendida como sinónimo de santidade. Desde o século V, afirmou-se uma festa própria que celebrava a Mãe de Deus em união com o mistério da Encarnação do Verbo. No Oriente, os aspectos naturais de Nossa Senhora levaram, desde essa mesma época, a celebrar a festa da Natividade (8 de Setembro), da Anunciação (25 de Março), da Purificação (2 de Fevereiro), da Assunção (15 de Agosto), festas essas que entraram também nas liturgias ocidentais por obra do papa, de origem síria, Sérgio I.
Na Idade Média, difundiu-se no Ocidente uma particular piedade mariana que levou a substituir a Igreja por Maria. Isso a partir da constatação de que Maria permaneceu fiel a Jesus, mesmo durante os dias obscuros da paixão e morte, e somente ela, portanto, era a Igreja naqueles dias. Ela aparece como verdadeira mãe espiritual dos crentes, como a mãe de misericórdia e o socorro dos cristãos.
Depois de um período que chamamos de “escolástica”, devido ao desenvolvimento da mariologia, foram celebradas as festas da Visitação (2 de Julho), da Imaculada (8 de Dezembro), da apresentação no Templo (21 de Novembro).
Factos particulares da cristandade pós-tridentina (depois do Concílio de Trento) deram origem às festas do Rosário (7 de Outubro) e do Nome de Maria (12 de Outubro). Tornaram-se universais as festas que eram próprias de ordens religiosas, como a do Carmelo (16 de julho, Nossa Senhora do Carmo), de N. Sra. das Dores (15 de Setembro), do Coração de Maria (22 de Agosto) e várias outras que se originaram de devoções particulares, entre as quais a de Maria Rainha (31 de Maio, encerramos o mês mariano com a coroação à virgem santíssima).
A partir do século XI, desenvolveu-se entre os eclesiásticos, as pessoas religiosas e as confrarias o pequeno Ofício de Nossa Senhora, sempre presente nos livros das Horas.
2 comentários:
O culto de Maria atravessa os tempos sem perder a sua força.
Frequentemente escutamos reclamações sobre a falta de modernidade no discurso da Igreja, de um cerimonial que não acompanha os tempos, etc...
Mas o culto de Maria permanece actual, o rosário mantém-se numa oração actual e enquanto cerimonial comunitário não sofre pressões para uma "maior abetura" ou "modernidade".
Maria está no coração das pessoas; se lá colocassemos a eucaristia, teriamos também uma adesão incondicional.
Maria é a imagem da mãe na Igreja. Ela esteve presente em todos os momentos importantes da vida de Jesus e fez parte do nascer da Igreja. Talvez por isso ela esteja no coração de todo o cristão. E a imagem da mãe não se desvanece. Soubéssemos viver assim a Eucaristia. Mas talvez se deva à falta de conhecer aquilo que se vive na Eucaristia, pois ninguém ama aquilo que desconhece.
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