sec.XVII-XVIII escola mineira Brasil)
O culto de Maria é tão antigo quanto a Igreja, remontando directamente aos estímulos de louvor e de admiração a ela oferecidos pelo Novo Testamento. Esse culto manifestou-se pouco a pouco ao longo dos séculos, segundo uma evolução especial.
Nos primeiros séculos, estava inserido nas festas que celebravam os mistérios de Jesus Cristo, porque foi justamente d’Ele que Maria recebeu toda sua grandeza. Nisso não houve nenhuma preocupação de interpretação errada de tipo pagão, como às vezes se escreveu; era, ao contrário, cuidadosa a atenção de não separar a proclamada obra da Mãe da do Filho. Talvez tenham sido precisamente os pagãos, que tentaram sufocar o culto e a doutrina judaico-cristã sobre Maria já delineada em seus elementos fundamentais na primeira metade do século I.
Maria esteve, portanto, presente no culto litúrgico da Igreja primitiva, até porque, como ensina a história, a teologia nasce da piedade e não ao contrário. Foram os títulos de “primeira entre os crentes” e de “testemunha privilegiada do mistério de Cristo” que justificaram e incrementaram o culto mariano. Também o papel de intercessão junto ao Senhor, de advogada, como a define Ireneu, nasceu bem cedo. No final do século I e início do século II, alguns escritos apócrifos sobre Maria exerceram extraordinária influência não só sobre o culto e sobre a devoção popular, mas também sobre a pregação e sobre a arte religiosa. A devoção à Maria fundamentou-se, substancialmente, no modelo que ela ofereceu de vida de fé e de total abertura ao dom e à acção do Espírito Santo.
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