1 de março de 2008

O cego de nascença


...O homem, cego de nascença, nunca viu nada nem ninguém. No momento em que adquiriu a vista, manifestaram-se-lhe, pela primeira vez, como novidade absoluta, as coisas todas que nós vemos cada dia. Até agora orientava-se com o auxílio do tacto, talvez com ajuda da bengala branca, como os cegos nos nossos tempos, ou talvez fosse ajudado por algum cão-guia. Tais ajudas, todavia, permitiam-lhe unicamente mover-se com dificuldade, arrastando a vida no apertado círculo dos objectos. Que sentiu ao adquirir a vista? Como iria viver agora? Como devia interpretar ver-se agora liberto? Liberto, porque via!
E por fim: que sentimentos alimentava perante Aquele que, nesse dia memorável, estendeu lodo sobre as suas pálpebras e lhe mandou que fosse lavar-se à piscina de Siloé? Que havia de pensar d'Ele?
Aconteceu depois que ainda por alguns dias, Cristo continuou a ser para ele um desconhecido. Não o vira quando Ele lhe untou os olhos com o lodo; só o ouvia dizer: «vai, lava-te na piscina de Siloé». Depois quando do seu encontro com Jesus, realizado só após algum tempo, travou-se esta conversa: «Tu crês no Filho do Homem?...»; «Quem é Ele, Senhor, para que n'Ele creia?»...; «Tu já O viste; é Ele que fala contigo». Respondeu: «Creio Senhor».
O dom da vista atingia não só o sentido do corpo, mas penetrou até ao íntimo da alma. ...

4 comentários:

Paulo disse...

E tantos que vêe e no entanto estão mais cegos do que aquele que realmente não vê.

Anónimo disse...

Obrigado Mafaoli, por partilhares connosco esta homilia do Papa João Paulo II,As sua palavras são verdadeiras catequeses.

Maria João disse...

Que Deus nos ajude a não ser cegos...

beijos em Cristo

Fá menor disse...

Mafaoli,
a citação do Cristian encontra-se no blog do Confessionário.
Podes inteirar-te da evolução da frente Espírito Santo nos comentários no post da quadragésima. com do meu blog.

Beijinhos

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