9 de fevereiro de 2007

Bem-Aventuranças II



Jesus pregou, é um facto. Fez longos discursos como os que os evangelhos reproduzem? É possível. Seja como for, estes discursos são na sua maioria, o fruto do trabalho das comunidades que reuniram as palavras de Jesus para delas fazerem catequese. Eles eram assíduos ao ensino dos apóstolos, escreve S. Lucas (Act.2,42).

O caso mais claro é o do Sermão da Montanha de Mateus (Mt.5-7) a que corresponde o Discurso na planície de Lucas (Lc.6,17-49).
E é nestes dois textos de Mateus e Lucas que nos são transmitidas as Bem-aventuranças.
Nota-se entre eles um certo número de coincidências. Usam a mesma palavra “Felizes”. Estão de acordo em colocá-las à cabeça de uma espécie de discurso programático, que Jesus prenuncia no início do seu ministério, um pouco mais cedo em Mateus do que em Lucas. Em ambos se observa igualmente uma diferença muito nítida entre as primeiras Bem-aventuranças e a última, tanto no que se refere ao tom geral, como se refere ao estilo; as primeiras são breves e ritmadas, ao passo que a última se desenvolve com uma certa amplidão.
Mas também nos deparamos com divergências. Estas dizem respeito ao discurso. Em Mateus, elas formam o início do longo discurso de três capítulos (Mt.5-7), a que se chama “Sermão da Montanha”.

Em Lucas trata-se de um “discurso na planície”, muito mais curto (Lc.6,20-47). Mas as perspectivas de um e de outro são também diferentes. O discurso de Lucas está quase exclusivamente centrado no amor do próximo. Mateus por seu turno interessa-se sobretudo pelo modo como as exigências do Evangelho constituem uma ultrapassagem das exigências da Lei judaica, tal como esta era interpretada no século I.

1 comentário:

Elsa Sequeira disse...

Olá!!!
Já cá cheguei!!!
Obrigado pelas visitas!!!
E que bom! Entrar aqui e..."Bem Aventuranças", lindo!!!
Agora virei visitar-te mais vezes, já te linkei!!!

Muita força pa ti!!!

beijinhos!!!

:))

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