21 de fevereiro de 2007

Quarta-feira de Cinzas

A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja marca para nos preparar para a grande festa da Páscoa. É tempo para nos arrependermos dos nossos pecados e de mudar algo de nós para sermos melhores e podermos viver mais próximos de Cristo.

Dá-se início à Quaresma na Quarta-feira de Cinzas.Na Igreja primitiva, variava a duração da Quaresma, mas eventualmente começava seis semanas (42 dias) antes da Páscoa.
Isto só dava por resultado 36 dias de jejum (já que se excluem os domingos). No século VII foram acrescentados quatro dias antes do primeiro domingo da Quaresma estabelecendo os quarenta dias de jejum, para simbolizar o jejum de Cristo no deserto.
Era prática comum em Roma que os penitentes começassem sua penitência pública no primeiro dia de Quaresma. Eles eram salpicados de cinzas, vestidos com sisal e obrigados a manterem-se longe até que se reconciliassem com a Igreja na Quinta-feira Santa ou a Quinta-feira antes da Páscoa. Quando estas práticas caíram em desuso (do século VIII ao X) o início da tempo penitencial da Quaresma foi simbolizada colocando cinzas nas cabeças de toda a congregação.
Hoje em dia na Igreja, na Quarta-feira de Cinzas, o cristão recebe uma cruz na fronte com as cinzas obtidas da queima das palmas usadas no Domingo de Ramos do ano anterior.

Com a imposição das cinzas, se inicia uma estação espiritual particularmente relevante para todo cristão que quer preparar-se dignamente para viver o Mistério Pascal, a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus.
Este tempo forte do Ano litúrgico caracteriza-se pela mensagem bíblica que pode ser resumida numa palavra: " metanóia", que quer dizer "Conversão", ”Mudança”. Este convite de mudança é feito ao cristão através do rito da imposição das cinzas, o qual, com as palavras "Convertei-vos e acreditai no Evangelho" e com a expressão "Lembra-te de que és pó e para o pó voltarás", convida a todos a reflectir sobre o dever da conversão, lembrando-nos a fragilidade da vida humana, sujeita à morte.
A conversão não é, nada mais que um voltar para Deus, valorizando as realidades terrenas sob a luz de Sua verdade. Uma valorização que implica uma consciência do nosso itinerário sobre a terra, e que nos impulsiona e estimula a trabalhar, a fim de que o Reino de Deus se instaure dentro de nós e triunfe em sua justiça.

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