O deserto que a quaresma recorda é um convite para todos os que crêem, para todos os que buscam a verdade absoluta, Deus.
Há uma exortação feita por Santo Anselmo de Aosta para celebrar com proveito a quaresma: “Pobre mortal, foge por breve tempo das tuas ocupações, deixa um pouco os teus pensamentos tumultuados. Deixa para traz, graves preocupações e põe de lado as tuas fadigosas actividades. Sê, um pouco, atento a Deus e nele repousa. Entra no íntimo da tua alma. Exclui tudo, menos Deus e aquele que te ajuda a procurá-lo. Fecha a porta e diz a Deus: Procuro o teu rosto. O teu rosto eu procuro, Senhor.”
Deserto tornou-se o modo de viver a quaresma: fazer um pouco de vazio e de silêncio em torno de nós, reencontrar o caminho do nosso coração, subtrair-nos ao barulho e às solicitudes externas, para entrar em contacto com as profundezas do nosso ser. Estamos intoxicados por excesso de rumores e luzes de vídeos, gravações e cartazes. Tornamo-nos insensíveis e sem capacidade de reflexão.
Vivemos de ficções, do irreal.
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