10 de fevereiro de 2007

Bem-Aventuranças III



Uma outra diferença é a do número: Mt tem 9 e Lctem 4 (mas este acompanha-as com o respectivo reverso, quatro sentenças que dão uma versão invertida das Bem-aventuranças: Ai de vós…).
Mas, mais importante, é a diferença no que respeita ao conteúdo: o motivo da felicidade não parece ser o mesmo para Mt e para Lc.
Lucas tem em vista as situações penosas (Felizes os pobres…Felizes vós, que tendes fome…) ao passo que Mateus considera as disposições espirituais (Felizes os pobres em espírito…Felizes os que têm sede de justiça…). Estas duas séries de Bem-aventuranças situam-se em dois planos diferentes; elas não falam da mesma coisa. Tais divergências não nos devem surpreender. Os evangelistas não se propõem a transmitir relatórios neutros e estritamente objectivos daquilo que Jesus disse. Eles propõem um testemunho «comprometido»: tentam fazer compreender aos seus leitores cristãos aquilo que no seu entender significam as palavras de Jesus para os cristãos que vivem cinquenta anos mais tarde.
As palavras de Jesus não são peças de museu para contemplar diante de uma vitrina. São uma mensagem de vida, feitas para serem vividas, para dar vida, e só são compreendidas no seu verdadeiro sentido por aqueles que as vivem.

1 comentário:

Elsa Sequeira disse...

Olá!!!
Sim! As Bem Aventuranças não é para ler e dizer que é muito giro!! È para tentar (pelo menos) vivê-las!!

beijinhos!

:))

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