A Quinta-Feira Santa está marcada pela instituição da Eucaristia, «verdadeiro sacrifício vespertino» . O ritual proíbe a celebração da eucaristia sem fiéis e recomenda a concelebração, que confere à cerimónia litúrgica uma nota de eclesialidade eucarística e de unidade entre eucaristia e sacerdócio. A cerimónia sugestiva e humilde do Lava-Pés orienta-se também para a Eucaristia.
A Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor é constituída por uma liturgia austera e sóbria. O centro da celebração é uma assembleia litúrgica não eucarística. É um dia de intenso luto e dor, mas iluminado pela esperança cristã. A devoção à Paixão do Senhor está fortemente arreigada na piedade cristã. A Igreja apresenta grande austeridade, nada distrai o nosso olhar do altar e da cruz.
O grande Sábado Santo é um dia de serena esperança e preparação orante para a ressurreição. Os cristãos dos primeiros séculos jejuavam neste dia como em sexta-feira santa, era o tempo em que o esposo os tinha deixado (Mt. 2, 19).
A Vigília Pascal é uma vasta celebração da Palavra de Deus que continua com o baptismo e com a Eucaristia. Os símbolos são abundantes e de uma grande riqueza espiritual – o ritual do fogo e da luz, o Círio Pascal, que evoca a ressurreição de Jesus e o povo de Israel no deserto guiado pela coluna de fogo; a liturgia da Palavra com Salmos e orações, percorrendo as etapas da história da salvação; a liturgia da iniciação cristã que, pelo Baptismo, incorpora novos filhos na Igreja; a renovação das promessas do baptismais e aspersão com a água benta que recorda a água com que fomos baptizados; por fim a Eucaristia que proclama a ressurreição do Senhor, esperando a sua última vinda (1 Cor. 11, 26).
A liturgia convoca de novo os fiéis para o «dia que fez o Senhor» na missa do dia. A piedade cristã realiza a procissão de Cristo ressuscitado, ornamentando as estradas, tocando sinos e ao som de cânticos.
O Aleluia, que fora suprimido na Quaresma, aparece repetidas vezes em sinal de alegria e vitória, de forma que o Aleluia pascal se tornou a aclamação própria do mistério pascal.1
Vamos celebrar o Tríduo Pascal com todo o vigor da nossa fé e a alegria da nossa esperança. Aleluia!
1 Cf. D. Teodoro de Faria, Bispo emérito do Funchal, Teologia e Espiritualidade do Tríduo Pascal
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