29 de julho de 2008

As práticas características do Jubileu II


*Peregrinação

O homem é por natureza um «ser caminhante», interrogando-se constantemente de onde vem e para onde vai. Na história da Salvação, a peregrinação é uma experiência privilegiada, tanto para o pode de Israel como para a Igreja.

No Antigo Testamento encontramos muitas experiências de peregrinação: Abraão deixa a sua terra, Ur, para ir para outra que o Senhor lhe havia de indicar; a caminhada que o povo de Israel faz através do deserto, depois da saída do Egipto em direcção à Terra Prometida; o regresso do exílio na Babilónia.
Desde sempre os israelitas deram grande sentido às peregrinações, e sempre deram privilégio à peregrinação na celebração das três festas principais do ano judaico. A Lei prescrevia aos judeus três peregrinações por ano; a festa do ázimos (Páscoa), a festa das colheitas (Pentecostes) e a festa das tendas (Outono), conforme encontramos no Deuteronómio 16,16.
Também Jesus se fez peregrino desde muito cedo, acompanhando Maria e José, à cidade santa de Jerusalém. (Lc.2,41). Esta cidade era o lugar santo por excelência no tempo de Jesus, para onde Ele peregrinou muitas vezes. Jesus sabia que viera do Pai e caminhava para o Pai, era «peregrino de Deus». Jesus apresenta-se como o CAMINHO para o Pai: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim» (Jo.14,6). Ele é ao mesmo tempo Caminhante e Caminho: caminhante do Pai e caminho para o Pai.


Cada cristão e a Igreja, tendo como exemplo Jesus, devem procurar ser: caminhantes do Pai e caminho ara o Pai; «templos» visíveis de Deus, a caminho do templo invisível , que é Deus-Pai. «nós somos o templo de Deus vivo»(2Cor.6,16).

A peregrinação é um exercício de ascese(=penitência) activa, de arrependimento pelas faltas humanas, de vigilância constante sobre a própria fragilidade, de preparação interior para a conversão do coração.
Através da vigilância, do jejum, da oração, o peregrino avança pelo caminho da perfeição cristã, esforçando-se por chegar, com a ajuda e a graça de Deus, «ao estado de homem perfeito, à medida da estatura perfeita de Cristo»(Ef.4,13;IM7)

A peregrinação tem um ritual próprio, que se desenvolve em diversas etapas, com quatro momentos principais: a partida, o caminho, a visita e o regresso.
- a partida, torna manifesta a decisão de avançar até à meta e conseguir
os objectivos espirituais da vocação baptismal.
- o caminho, conduz à solidariedade com os irmãos e à preparação para
o encontro com o Senhor
- a visita ao Santuário convida à escuta da Palavra de Deus e à
celebração sacramental.
- o regresso, recorda a missão no mundo, como testemunha da salvação
e construtor da paz.


Deve ser feito todo o esforço para que a peregrinação não perca o significado fundamental e ao mesmo tempo a sua meta:
o encontro com Deus, o encontro com a Palavra de Deus, o encontro com a Igreja, o encontro na reconciliação, o encontro eucarístico com Cristo, o encontro com a caridade, o encontro com a humanidade, o encontro connosco mesmo, o encontro cósmico com Deus, o encontro com Maria, a Mãe do Senhor.


Todo o cristão se deve pôr a caminho, seguindo os passos de Jesus Cristo para o encontro com Deus. E sempre que não possa ser feita esta peregrinação fisicamente, deslocando-se aos santuários jubilares designados pelo Papa e pelos Bispos, é dever de todo cristão fazer a sua caminhada numa peregrinação interior

4 comentários:

Ecclesiae Dei disse...

Excelente, estou aprendendo muito visitando-te. Obrigado.
Abraços fraternos

João Batista

Maria João disse...

Caminhemos... com Cristo e Maria.

Esta semana que vem, vou estar com os sem-abrigo. Reza por esta e por todas as missões.


beijos em Cristo e Maria

Elsa Sequeira disse...

Que tenhamos sempre a humildade de nos pormos a caminho...

antonio disse...

O caminho, mais do que nos pés, tem que estar no coração do peregrino. Belo post.

Enviar um comentário