19 de abril de 2008

Depois da Ressurreição VI

Instituição dos Sete (Act.6, 1-7)
Os Doze convocam a assembleia (v.2a), que propõem uma solução, motivando (vv 2b-4) e sugerindo o processo a seguir (v3). E são os Doze que consolidam a escolha da comunidade (v6).
A comunidade aceita a sugestão dos Apóstolos (v5) e escolhe entre eles aqueles que melhor iriam representar o grupo helenista e de seguida apresenta-os aos Doze.
Este episódio, como podemos constatar, centra-se alternadamente na comunidade e nos Doze Apóstolos.
6,1 A comunidade dá conta da situação crítica.
6,2-4 Os doze sugerem uma proposta de solução.
6,5 A comunidade aceita a proposta e executa-a.
6,6 Os doze confirmam e executam a escolha.


A prioridade dos dozeEsta solução proposta pelos doze, é fundamentada na necessidade que existe dos apóstolos não «descurar a Palavra de Deus para servirem às mesas» (v2b), mas permanecerem «assíduos à oração e ao serviço da Palavra» (v4).
Vemos aqui a dupla função dos Apóstolos: proferir as orações e fazer catequese.
A pregação apostólica é essencialmente voltada para o exterior. Pois os doze têm que ser testemunhas da ressurreição até aos confins do mundo, não esquecendo o ensino apostólico no Templo e nas casas, tanto junto dos cristãos como dos não-cristãos. Para os Doze trata-se de uma prioridade e apesar disso o outro «serviço», o das mesas, não é sacrificado.
Não podendo deixar-se encerrar num dilema ou a evangelização ou serviço aos pobres, a fé ou a caridade, a comunidade opta pela sua repartição.


Os Sete
A comunidade escolheu então sete homens do grupo dos gregos (Estevão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas, e Nicolau), e os apóstolos encarregaram-nos solenemente da tarefa impondo-lhes as mãos*. Os sete homens têm sido considerados como os primeiros diáconos**, a ordem clerical encarregada de cuidar dos pobres e doentes na Igreja dos primeiros tempos. Em especial, Estevão e Filipe, desempenharam um papel particularmente activo nos primeiros tempos do cristianismo.


*Imposição das mãos, este gesto com raízes no Antigo Testamento, ocorre muitas vezes nos Actos como:
- Introdução num ministério da comunidade (6,6)
- Transmissão do Espírito em ligação com o baptismo (19,6)
- No momento de alguma cura (28,8)
- No envio em missão (13,3)

**Diácono, nome que radica da palavra diakonia que quer dizer serviço.

2 comentários:

Maria João disse...

Será que nos lembramos todos os dias de que Cristo ressuscitou e está vivo?

Só por isso o dia já vale a pena...

beijos em Cristo e Maria

Paulo disse...

Depois da ressurreição...como a Maria João diz e bem, nem sempre nos lembramos que Ele ressuscitou. Apenas nos lembramos da cruxificação.

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