Jesus faz o
anúncio do «ano da graça do Senhor» conforme
Lc.4, 16-21.
É o começo
do ministério de Jesus. Depois do Baptismo no Jordão e da experiência do
deserto, Jesus dá início à sua
pregação na sinagoga de Nazaré.
A sinagoga
era o local da reunião dos judeus, aí se celebrava o Sábado com a leitura da
Lei e dos Profetas, seguida de homilia, que era feita por adultos versados nas
Escrituras. Jesus no contexto litúrgico da celebração sinagogal do Sábado, lê a
passagem do profeta Isaías (Is.61,1-2) e
depois de ter exercido a função de leitor pronuncia uma verdadeira
homilia que se resume nas palavras recolhidas pelo evangelista:
“Cumpriu-se hoje esta passagem da
Escritura, que acabais de ouvir” (Lc.4,21).
Aqui Jesus
apresenta-se como o Messias anunciado pelo profeta Isaías e diz mais, o tempo da realização
dessa promessa já começou: hoje. Chegou
com Ele «a plenitude dos tempos».
Na Sinagoga
de Nazaré, Jesus declarou aberto o tempo da sua presença salvadora no meio doa
homens e esta presença consiste em levar a termo as promessas da antiga
aliança.
A expressão
hoje não tem um valor cronológico,
significa sim o momento em que o Filho de Deus entra na vida dos homens e na
história da humanidade. Nisto consiste o «ano da graça do Senhor», permanente e
definitivo para a humanidade, declarado aberto para sempre, por Jesus.
A
importância que S. Lucas atribui ao cumprimento messiânico em Cristo, leva-nos
a pensar que os valores do ano jubilar também se realizaram em Cristo e na sua
comunidade. Segundo o Evangelho de S. Lucas:
Jesus
concretiza a profecia de Isaías
Os
primeiros destinatários da missão de Jesus, são os pobres, a quem foi
enviado a anunciar a boa notícia. (eram todos aqueles que estavam privados
dos seus bens, que não tinham o necessário para viver, porque foram obrigados a
vender as suas terras. Eram quase sempre
estes pobres que estavam sujeitos às injustiças dos ricos).
O segundo
objectivo visava a libertação dos
prisioneiros (prisioneiros eram também os pobres obrigados a viver em condições de escravidão ou prisão, dada a
sua impossibilidade de pagar as suas dívidas)
O terceiro
grupo de destinatários da missão de Jesus, são os cegos, a quem é enviado para
anunciar e realizar a cura da vista.( Estes cegos são todos aqueles
cegos, coxos, aleijados a quem Jesus curou, mas Jesus não se limita à cegueira
física, coloca-a a par da cegueira
espiritual e interior.
A libertação
dos oprimidos (são muitas as situações de opressão de que Jesus liberta os
homens, como podemos ver pelos relatos evangélicos. A opressão fundamental, de
que Jesus liberta os homens é a de
satanás, que é a libertação do mal. A par desta, também se devem colocar a
libertação da doença, da morte e do pecado.)
Assim as
expectativas e as solicitações sociais do ano jubilar, legisladas em
Lv.25,8-55, consideram-se realizadas por Jesus, porque Jesus não realiza apenas
um ano agradável ao Senhor, mas também se realiza o «hoje» da salvação
definitiva, não é preciso esperar outro momento.
Portanto as
expectativas do ano jubilar realizam-se no «hoje» de cada momento do nosso
encontro com Jesus Cristo.
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