RITMO CÓSMICO DO ANO LITÚRGICO
Como se sabe, o ano civil está inteiramente identificado com o ciclo solar, regendo-se pelos ditames das quatro estações, mas marcado também pelo movimento lunar, onde se contam as semanas. Ano, mês e dia, como fracções do tempo, aqui se harmonizam, no desenvolvimento da vida humana.
Na datação cósmica do Ano Litúrgico, seguindo a tradição judaica, os cristãos, no Hemisfério Norte, vão escolher, para a celebração anual da Páscoa, o equinócio da primavera, por este ser ponto de equilíbrio, de harmonia, de duração igual da noite e do dia, de equiparação, pois, entre horas de luz e horas de escuridão, momento de surgimento de vida nova na natureza e de renascimento da vida. Além da estação das flores, no Hemisfério Norte há ainda o simbolismo suplementar da lua cheia, dando a entender que, na ressurreição de Cristo, o dia tem vinte e quatro horas de luz.
Nota explicativa: A Igreja, hoje, celebra a Páscoa não no dia catorze do mês de Nisã, isto é, na data da Páscoa judaica, como celebravam os cristãos da Ásia Menor e da Síria, mas no domingo seguinte, acabando assim com a controvérsia pascal do século segundo, por determinação do Concílio de Nicéia.
Para a celebração do Natal, a evolução litúrgica vai escolher outro núcleo do ano. Este outro momento é o solstício de inverno, o "dies natalis solis invictus", ou seja, o "dia de nascimento do sol invicto". Neste tempo, os dias começam a crescer, e o sol renasce vivo e surpreendente. É neste contexto, do "Sol Invicto", solsticial, que vai aparecer na face da Terra "o verdadeiro Sol Nascente" (Cf. Lc 1,78), isto é, Cristo Jesus Nosso Senhor.
QUANDO SE INICIA O ANO LITÚRGICO?
Diferente do ano civil, mas, o Ano Litúrgico não tem data fixa de início e de término. Sempre se inicia no primeiro Domingo do Advento, encerrando-se no sábado da 34ª semana do Tempo Comum, antes das vésperas do domingo, após a Solenidade de Cristo Rei do Universo. Esta última solenidade do Ano Litúrgico marca e simboliza a realeza absoluta de Cristo no fim dos tempos. Daí, sua celebração no fim do Ano Litúrgico, lembrando, porém, que a principal celebração litúrgica da realeza de Cristo se dá sobretudo no Domingo da Paixão e de Ramos.
Mesmo sem uma data fixa de início, qualquer pessoa pode saber quando vai ter início o Ano Litúrgico, pois ele se inicia sempre no domingo mais próximo de 30 de Novembro. Na prática, o domingo que cai entre os dias 27 de Novembro e 3 de Dezembro. A data de 30 de Novembro é colocada também como referencial, porque nela a Igreja celebra a festa de Santo André, apóstolo, irmão de São Pedro, e Santo André foi, ao que tudo indica, um dos primeiros discípulos a seguir Cristo (Cf. Jo 1,40).
ANO LITÚRGICO E DINÂMICA DA SALVAÇÃO
Tendo como centro o Mistério Pascal de Cristo, todo o Ano Litúrgico é dinamismo de salvação, onde a redenção operada por Deus, através de Jesus Cristo, no Espírito Santo, deve ser viva realidade em nossas vidas, pois o Ano Litúrgico nos propicia uma experiência mais viva do amor de Deus, enquanto nos mergulha no mistério de Cristo e de seu amor sem limites.
O DOMINGO, FUNDAMENTO DO ANO LITÚRGICO
O Concílio Vaticano II (SC nº 6), fiel à tradição cristã e apostólica, afirma que o domingo, "Dia do Senhor", é o fundamento do Ano Litúrgico, pois nele a Igreja celebra o mistério central de nossa fé, na Páscoa semanal que, devido à tradição apostólica, se celebra a cada oitavo dia.
O domingo é justamente o primeiro dia da semana, dia da ressurreição do Senhor, que nos lembra o primeiro dia da criação, no qual Deus criou a luz (Cf. Gn 1,3-5). Aqui, o Cristo ressuscitado aparece então como a verdadeira luz, dos homens e das nações. Todo o Novo Testamento está impregnado dessa verdade substancial, quando enfatiza a ressurreição no primeiro dia da semana (Cf. Mt 28,1; Mc 16,2; Lc 24,1; Jo 20,1; como também At 20,7 e Ap 1,10).
O domingo é, na tradição da Igreja, na prática cristã e na liturgia, o "dia que o Senhor fez para nós" (Cf. Sl 117(118),24), dia, pois, da jubilosa alegria pascal.
6 de dezembro de 2007
3 de dezembro de 2007
Novo Ano Litúrgico

Chama-se Ano Litúrgico o tempo em que a Igreja celebra todos os feitos salvíficos operados por Deus em Jesus Cristo. "Através do ciclo anual, a Igreja comemora o mistério de Cristo, desde a Encarnação ao dia de Pentecostes e à espera da vinda do Senhor" ( SC nº 102).
Ano Litúrgico é, pois, um tempo repleto de sentido e de simbolismo religioso, de essência pascal, marcando, de maneira solene, o ingresso definitivo de Deus na história humana. É o momento de Deus no tempo, o "kairós" divino na realidade do mundo criado. Tempo, pois, aqui entendido como tempo favorável, "tempo de graça e de salvação", como nos revela o pensamento bíblico (Cf. 2Cor 6,2; Is 49,8a).
As celebrações do Ano Litúrgico não olham apenas para o passado, comemorando-o. Olham também para o futuro, na perspectiva do eterno, e fazem do passado e do futuro um eterno presente, o "hoje" de Deus, pela sacramentabilidade da liturgia (Cf. Sl 2,7; 94(95)7; Lc 4,21; 23,43). Aqui, enfatiza-se então a dimensão escatológica do Ano Litúrgico.
O Ano Litúrgico tem como coração o Mistério Pascal de Cristo, centro vital de todo o seu organismo. Nele palpitam as pulsações do coração de Cristo, enchendo da vitalidade de Deus o corpo da Igreja e a vida dos cristãos.
SIMBOLISMO DO ANO LITÚRGICO
O Ano Litúrgico tem no círculo a sua simbologia mais expressiva, pois o círculo é imagem do eterno, do infinito. Notamos isso, olhando uma circunferência. Ela não tem começo nem fim, pois, nela, o fim é um retorno ao começo. Não um retorno exaustivo, rotineiro, mas verdadeiramente um começo sempre novo, de vitalidade essencial.
O círculo é, pois, imagem da vida eterna, e a vida eterna, como sabemos, não clama por progresso, visto não existir na eternidade carência, de forma alguma. A vida eterna - podemos afirmar - permanece em constante plenitude.
Cada ano litúrgico, que celebramos e vivemos, deve ser um degrau que subimos rumo à eternidade do Pai. Celebrar o Ano Litúrgico é como subir a montanha de Deus, não como alpinista, mas como peregrino do Reino, onde, a cada subida, sente-se mais perto de Deus.
25 de novembro de 2007
Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo

O Jesus que Lucas apresenta aos seus leitores, desde o Presépio ao Calvário, é a manifestação e ilustração perfeita da bondade e misericórdia de Deus. O "amigo de publicanos e pecadores" não se desmente na hora da Cruz.
Ele, que "passou fazendo o bem", no momento derradeiro da sua existência terrena deixa como última palavra e testamento uma promessa de perdão a um malfeitor que agoniza a seu lado. O ladrão apela ao "reino" de Jesus, como se tivesse lido a inscrição que encima o patíbulo. E Jesus promete-lhe recebê-lo no paraíso. Num momento de desorientação geral apenas um delinquente mantém a fé em Cristo. Os inimigos triunfam, os discípulos fogem: só este condenado anónimo confessa a messianidade de Jesus, não obstante as condições em que Ele agora se encontra.
Só raramente se encontra nos Evangelhos um tal exemplo de fé. Normalmente reconhece-se a dignidade de Jesus depois de algum milagre, mas nunca em circunstâncias tão negativas.
O "bom ladrão" é uma figura real e simbólica. É o tipo do crente. Perante o Crucificado - um inocente injustamente condenado - o homem é convidado a reflectir e a aceitar o seu próprio destino, ainda que penoso e, porventura, não merecido.Modelo de crente, o ladrão sentenciado torna-se de algum modo um "catequista". Não fazendo caso do seu próprio sofrimento, ele esforça-se por fazer cair em si o colega desesperado. Para este "discípulo" que fala do alto da cruz, Jesus é o modelo para o qual todos são convidados a olhar, a começar pelos mártires que sofrem a sua mesma sorte, mas incluindo também ou sobretudo os pecadores, aqueles que sofrem merecidamente por causa das suas faltas e culpas. Em Jesus, todos encontram refúgio. Verdadeiramente grave não é a condenação ao patíbulo, mas a exclusão do reino de Deus. Jesus marca encontro com o seu interlocutor não na morada dos mortos, mas no reino da vida e dos vivos.
Estamos perante um verdadeiro "precónio pascal", anúncio da vitória sobre a morte para Jesus e para quantos nele crêem.
(Voz Portucalense/online)
19 de novembro de 2007
São Lucas

No próximo Domingo encerra-se o ano litúrgico, ano C. O Evangelista deste ano que agora finda é S. Lucas. Desde o século II se reconhece em Lucas o "caríssimo" médico (Col.4,-14), o "colaborador" (Flm 24) que acompanha Paulo.
Quem era São Lucas?
Parece ter sido um pagão que se converteu ao cristianismo, talvez originário de Antioquia da Síria.
Culto, maneja com uma certa elegância a língua grega, tem o gosto pela clareza.
Convertido ainda jovem, não foi testemunha ocular da vida de Jesus Cristo.
Acompanhou S. Paulo em muitas das suas viagens à Macedónia, a Jerusalém e a Roma. Possivelmente esteve com o apóstolo até à sua morte em Roma, por volta de 64 d.C.
Depois da morte de S. Paulo, pregou o Evangelho na Botínia e na Acaia.
Cerca dos anos 80, decidiu escrever a sua obra em dois volumes, dando um relato histórico e teológico da vida de Jesus Cristo (Evangelho S. Lucas) e das origens da Igreja (Actos dos Apóstolos). Lucas no seu primeiro livro descreve a expansão da Boa Nova, a manifestação de Jesus começa em Nazaré (Lc.4,16) e termina em Jerusalém (Lc.24, 49). Enquanto que nos Actos dos Apóstolos o anúncio da Boa Nova faz-se a partir de Jerusalém (Act.2 - 8,3), passando depois a toda a Palestina (Act. 8,4 -12,25) e propagando-se pela Ásia Menor, Grécia, até chegar a Roma (Act. 13,1 - 28, 30).
Os seus textos são de uma grande delicadeza para com Jesus, os pobres, as mulheres e os pecadores.
Gosta de interromper os seus relatos com sumários nos quais resume os aspectos que deseja ver fixados. (Act. 2,42-47; 4,32-35; 5,12 -15;...)
Bom historiador, tem o cuidado de situar os acontecimentos na história. Mas é um historiador crente: o que narra é uma boa nova que descobriu e quer partilhar com os outros.
Não se sabe para que comunidade é que escreveu, mas facilmente se pode deduzir em que tipo de Igreja a sua mensagem se formou. Comunidade nascida em território pagão, como as de Antioquia ou de Filipos.
Estes cristãos são antigos pagãos e sabem que é por graça e não por nascimento que são recebidos na aliança de Deus com Israel.
Eles fizeram a experiência do Espírito: as suas igrejas nasceram fora do círculo de Jerusalém, nasceram pela Palavra e pelo Espírito Santo.
Quem era São Lucas?
Parece ter sido um pagão que se converteu ao cristianismo, talvez originário de Antioquia da Síria.
Culto, maneja com uma certa elegância a língua grega, tem o gosto pela clareza.
Convertido ainda jovem, não foi testemunha ocular da vida de Jesus Cristo.
Acompanhou S. Paulo em muitas das suas viagens à Macedónia, a Jerusalém e a Roma. Possivelmente esteve com o apóstolo até à sua morte em Roma, por volta de 64 d.C.
Depois da morte de S. Paulo, pregou o Evangelho na Botínia e na Acaia.
Cerca dos anos 80, decidiu escrever a sua obra em dois volumes, dando um relato histórico e teológico da vida de Jesus Cristo (Evangelho S. Lucas) e das origens da Igreja (Actos dos Apóstolos). Lucas no seu primeiro livro descreve a expansão da Boa Nova, a manifestação de Jesus começa em Nazaré (Lc.4,16) e termina em Jerusalém (Lc.24, 49). Enquanto que nos Actos dos Apóstolos o anúncio da Boa Nova faz-se a partir de Jerusalém (Act.2 - 8,3), passando depois a toda a Palestina (Act. 8,4 -12,25) e propagando-se pela Ásia Menor, Grécia, até chegar a Roma (Act. 13,1 - 28, 30).
Os seus textos são de uma grande delicadeza para com Jesus, os pobres, as mulheres e os pecadores.
Gosta de interromper os seus relatos com sumários nos quais resume os aspectos que deseja ver fixados. (Act. 2,42-47; 4,32-35; 5,12 -15;...)
Bom historiador, tem o cuidado de situar os acontecimentos na história. Mas é um historiador crente: o que narra é uma boa nova que descobriu e quer partilhar com os outros.
Não se sabe para que comunidade é que escreveu, mas facilmente se pode deduzir em que tipo de Igreja a sua mensagem se formou. Comunidade nascida em território pagão, como as de Antioquia ou de Filipos.
Estes cristãos são antigos pagãos e sabem que é por graça e não por nascimento que são recebidos na aliança de Deus com Israel.
Eles fizeram a experiência do Espírito: as suas igrejas nasceram fora do círculo de Jerusalém, nasceram pela Palavra e pelo Espírito Santo.
11 de novembro de 2007
Bispos Portugueses trazem directivas de Roma para a Igreja Portuguesa

O ponto alto de uma visita «Ad Limina» é o encontro de todos os bispos com o Papa. Aí, o sucessor de Pedro faz um discurso onde aponta as virtualidades e os caminhos a percorrer pela Igreja. Quando recebeu os bispos portugueses (10 de Novembro), Bento XVI pediu-lhes para que mudassem “o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II”. Esta directiva para a Igreja Portuguesa é o caminho para os próximos tempos. D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), disse à Agência ECCLESIA que Papa “intuiu as nossas carências, ansiedades e insatisfações”.
Antes da visita «Ad Limina», os bispos enviam os relatórios para Roma. Depois de analisar estes documentos Bento XVI verificou também que existe uma “maré crescente de cristãos não praticantes”. No intuito de ajudar a resolver este decréscimo, o Papa alertou os pastores portugueses para que estudassem “a eficácia dos percursos de iniciação actuais”. Os resultados não são animadores porque “a catequese é dada num contexto difícil e os jovens são confrontados permanentemente com outros apelos” – lamentou o Presidente da CEP.
Com o intuito de alterar o panorama sombrio em alguns campos da pastoral, as dioceses irão enviar os relatórios para a Conferência Episcopal Portugal onde “serão estudados pelo Gabinete de Estudos Pastorais” – realçou D. Carlos Azevedo, Secretário da CEP, no final da Assembleia Plenária que estava integrada no programa da visita «Ad Limina» (3 a 12 de Novembro). Depois de feita a análise destes documentos, a aposta passa pela formação “profunda” dos cristãos – disse.
Na atitude “de alunos que necessitam de aprender a lição, confiem-se diariamente, à Mestra tão insigne e Mãe do Cristo total, todos e cada um de vós e os sacerdotes vossos directos colaboradores na condução do rebanho” – finalizou Bento XVI.
(agencia ecclesia./noticia)
4 de novembro de 2007
Zaqueu quero ficar em tua casa!

Jesus tinha entrado em Jericó e estava passando pela cidade. Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe os publicanos e muito rico.
Ele procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era baixinho. Então ele correu à frente e subiu numa árvore para ver Jesus, que devia passar por ali. Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse. “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo hospedar-me na tua casa. Ele desceu depressa, e o recebeu com alegria (Lc 19,1-6). Zaqueu, porque queria ver Jesus, dá os passos necessários para vê-lo. Por ser baixinho, sobe numa árvore à beira do caminho por onde Jesus devia passar, não se importando com a gozação dos que o conheciam.
O texto diz que Jesus não só viu Zaqueu no alto da árvore, mas viu também os sentimentos e os desejos de seu coração, tomou a iniciativa de falar com ele e pediu-lhe que lhe desse hospedagem na sua casa. Ao contemplar a cena, vejo, com os olhos da imaginação, Jesus dando a mão a Zaqueu para ajudá-lo a descer da árvore, e vejo Zaqueu entregando-se literalmente nas mãos de Jesus, que é o Caminho, a Verdade e a Vida, passando pelos caminhos de nossa terra, passando pelos meus caminhos para vir ao meu encontro.
Como recomenda Santo Inácio, depois de contemplar a cena, vendo as pessoas, ouvindo o que falam e considerando o que fazem, dou um tempo para “reflectir sobre mim mesmo”. Quais são os “reflexos” das palavras e do comportamento de Jesus e de Zaqueu em mim? Deixo-me iluminar e guiar por esses reflexos? Que atitudes e comportamentos devem mudar na minha vida?
Assim como penetrou com seu olhar toda a vida de Zaqueu, Jesus também penetra toda a minha vida, conhece os meus pensamentos e os meus desejos mais profundos, perpassa todas as minhas máscaras e mentiras. E assim como falou com o cobrador de impostos Zaqueu, fala também comigo e quer hospedar-se na minha casa, no meu coração.
(reflexão:paróquia NªSªRosário)
1 de novembro de 2007
Dia de todos os Santos

A festa do dia de Todos-os-Santos é celebrada em honra de todos os santos e mártires, conhecidos ou não. A Igreja Católica celebra a Festum omnium sanctorum a 1 de novembro seguido do dia dos fiéis defuntos a 2 de novembro. A Igreja Ortodoxa celebra esta festividade no primeiro domingo depois do Pentecostes, fechando a época litúrgica da Páscoa. Na Igreja Luterana o dia é celebrado principalmente para lembrar que todas as pessoas batizadas são santas e também aquelas pessoas que faleceram no ano que passou.
História
O dia de todos os santos com o objetivo de suprir quaisquer faltas dos fiéis em recordar os santos nas celebrações das festas ao longo do ano. Esta tradição de recordar (fazer memória) os santos está na origem da composição do calendário litúrgico, em que constavam inicialmente as datas de aniversário da morte dos cristãos martirizados como testemunho pela sua fé, realizando-se nelas orações, missas e vigílias, habitualmente no mesmo local ou nas imediações de onde foram mortos, como acontecia em redor do Coliseu de Roma. Posteriormente tornou-se habitual erigirem-se igrejas e basílicas dedicadas em sua memória nesses mesmos locais.
O desenvolvimento da celebração conjunta de vários mártires, no mesmo dia e lugar, deveu-se ao facto frequente do martírio de grupos inteiros de cristãos e também devido ao intercâmbio e partilha das festividades entre as dioceses/paroquias por onde tinham passado e se tornaram conhecidos. A partir da perseguição de Diocleciano o número de mártires era tão grande que se tornou impossível designar um dia do ano separado para cada um. O primeiro registo (Século IV) de um dia comum para a celebração de todos eles aconteceu em Antioquia, no domingo seguinte ao de Pentecostes, tradição que se mantém nas igrejas orientais.
Com o avançar do tempo, mais homens e mulheres se sucederam como exemplos de santidade e foram com estas honras reconhecidos e divulgados por todo o mundo. Inicialmente apenas mártires (com a inclusão de São João Baptista), depressa se deu grande relevo a cristãos considerados heróicos nas suas virtudes, apesar de não terem sido mortos. O sentido do martírio que os cristãos respeitam alarga-se ao da entrega de toda a vida a Deus e assim a designação "todos os santos" visa celebrar conjuntamente todos os cristãos que se encontram na glória de Deus, tenham ou não sido canonizados (processo regularizado, iniciado no Século V, para o apuramento da heroicidade de vida cristã de alguém aclamado pelo povo e através do qual pode ser chamado universalmente de beato ou santo, e pelo qual se institui um dia e o tipo e lugar para as celebrações, normalmente com referência especial na missa).
Intenção catequética da festividade
Segundo o ensinamento da Igreja, a intenção catequética desta celebração que tem lugar em todo o mundo, ressalta o chamamento de Cristo a cada pessoa para o seguir e ser santo, à imagem de Deus, a imagem em que foi originalmente criada e para a qual deve continuar a caminhar em amor. Isto não só faz ver que existem santos vivos (não apenas os do passado) e que cada pessoa o pode ser, mas sobretudo faz entender que são inúmeros os potenciais santos que não são conhecidos, mas que da mesma forma que os canonizados igualmente vêem Deus face a face, têm plena felicidade e intercedem por nós. O Papa João Paulo II foi um grande impulsionador da "vocação universal à santidade", tema renovado com grande ênfase no Segundo Concílio do Vaticano.
Origem: Wikipédia