20 de fevereiro de 2016

A Transfiguração



Os evangelistas sinóticos – Mateus, Marcos, Lucas – narram o evento da Transfiguração de modo quase idêntico: Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João – os dois últimos são irmãos.

Jesus leva-os à parte mais alta do monte, lugar por excelência das manifestações divinas; dirá a Tradição: o monte Tabor. Ali ele aparece radiante de uma luz esplêndida que emana “tanto de seu rosto brilhante como o sol” como de suas vestes.

Moisés – a lei – e Elias – os profetas – aparecem e falam com Jesus. A primeira aliança aponta para a última. Lucas diz-nos que a conversa tem como tema o êxodo, a partida do Senhor. Pedro, em êxtase, sugere construir três tendas, na esperança de poder permanecer longamente naquele estado. Mas tudo está envolvido pela “nuvem luminosa” do Espírito, da qual ressoa no coração dos três discípulos agitados, prostrados com a face por terra, a voz do Pai: “Este é o meu Filho, o amado, escutai-o!”. Depois, tudo desaparece, e permanece Jesus, sozinho, que ordena aos três guardarem segredo a respeito do que tinham visto, “até que o Filho do homem ressuscitasse dos mortos”.

A partir do fim das perseguições romanas contra os cristãos, no século IV, foram edificadas diversas igrejas no Tabor. Sua dedicação parece estar na origem da festa que, a partir do VI século, difundiu-se por todo o Oriente Médio. No calendário ocidental foi estavelmente introduzida em 1457, pelo papa Calixto III, como reconhecimento pela recente vitória contra os turcos. Os evangelhos não permitem fixar, no ritmo anual, uma data para a Transfiguração.


O Oriente fixou a data de 6 de agosto, grande meio-dia do ano, apogeu da luz do verão. Nesse dia se abençoam os frutos da estação. O Ocidente, mesmo conservando a festa da Transfiguração em 6 de agosto, preferiu acrescentar uma segunda celebração antes da Páscoa, no segundo Domingo da Quaresma, de tal modo seguindo mais de perto a cronologia da vida de Jesus.


Transfiguração

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