Os discípulos encontram-se reunidos em casa. Este encontro, no contexto deste Evangelho, é a celebração da Eucaristia. Quando os crentes estão reunidos eucaristicamente, encontram o Ressuscitado. Este saudou os seus discípulos: "A paz esteja convosco". O presidente da assembleia eucarística saúda também os presentes de maneira semelhante.
O apóstolo Tomé não estava presente na primeira aparição e, por isso, não pôde ver Jesus Ressuscitado. Só oito dias depois, reunido com os outros, viu Jesus Ressuscitado. Esta situação é narrada por causa do seu significado. Quem, como Tomé, se ausenta dos encontros eucarísticos não pode fazer a experiencia do Ressuscitado, não pode receber a sua saudação, nem o seu Espírito, nem a alegria que nasce do encontro com Deus. Quem, no Dia do Senhor, no Domingo, fica em casa, mesmo que reze sozinho, veja a Eucaristia pela Televisão, excepção feita para os doentes, pode ter uma certa experiência de Deus, mas não a do Ressuscitado, porque Este Se torna presente no lugar onde se reúne a comunidade. Tenhamos presente a experiencia dos discípulos de Emaús.
Tomé é também a imagem da Igreja que caminha no meio de dúvidas, de recusas, de altos e baixos, até chegar à confissão “Meu Senhor e meu Deus!" Contudo, a Igreja esta encarregada de exercer uma pedagogia da fé para todos os tempos. Tal significa que não pode nem deve ficar presa rigidamente ao passado, mas é convidada pelo Espírito e pelo povo a abrir-se à diversidade de carismas. A meta final é "Meu Senhor e meu Deus!", mas os ritmos e os caminhos são diferentes. A Igreja deve ter as portas abertas, sempre abertas, aos que buscam, perguntam, lutam, caminham penosamente. Uma busca dolorosa pode ser mais autêntica do que um estado de Ietargia. É preciso abrir caminhos para o Espírito do Ressuscitado actuar. Pode chamar-se a isto a nova evangelizarão, que a Missão 2010 pretende implementar.
(Folha Dominical da comunidade Paroquial de Espinho)
Sem comentários:
Enviar um comentário