“Quando fizeram isso a um dos menores dos meus irmãos, foi a mim” (Mateus 25, 31-46)
Celebramos hoje Jesus como “Rei do Universo”. Mas, Ele torna-se rei da nossa vida somente na medida em que fazemos essa opção real pelos oprimidos, e vivenciamos “a justiça do Reino do Céu”, tema central do Evangelho de Mateus. Num mundo que nos apresenta tantas outras opções “régias” - ou seja, opções que regem a nossa vida e manifestam o que são os nossos valores últimos, o texto leva-nos a verificar se realmente Jesus é o Rei da nossa vida - se é o Evangelho d’Ele que as rege, ou se o título não passa de mais um dos rótulos vazios, sem consequências práticas, tão queridos dos arautos de uma religião intimista, sentimentalista e individual. Será que a utopia do Reino de Deus, o seguimento de Jesus até a Cruz, a prática da Justiça do Reino são os elementos que norteiam as nossas práticas, individuais e comunitárias? Se não, então Jesus Cristo ainda não se tornou Rei do nosso universo pessoal e eclesial. É o que nos questio o texto de hoje, que nos lembra que Jesus não é Rei conforme os padrões deste mundo, mas o Rei pobre e justo, tão esperado pelos oprimidos de todos os tempos. A sua proposta para a sociedade não é a confirmação de uma estrutura piramidal, conforme os modelos históricos, mas a sua mudança radical para que o mundo seja regido por princípios de solidariedade e justiça, de partilha e fraternidade. Ele é Rei, no sentido da esperança dos “pobres de Javé” do Antigo Testamento, tão bem retratada pelo profeta Segundo Zacarias: “O seu Rei está chegando, justo e vitorioso. Ele é pobre, vem montado num jumento. Ele destruirá os carros de guerra de Efraim e os cavalos de Jerusalém, quebrará o arco de guerra. Anunciará paz a todas as nações, e o seu domínio irá de mar ao mar, do Rio Eufrates até os confins da terra” (Zc 9, 9s). Jesus será o nosso rei na medida em que vivemos esses valores da verdadeira Shalom, que inclui a paz, a não violência, a partilha e a justiça.
A crise actual no sistema financeiro mundial, com as suas cifras astronómicas de apoio aos bancos e banqueiros falidos - enquanto somente migalhas são destinadas aos bilhões e famintos e sofridos do mundo - demonstra bem como a sociedade actual é dominada pelos interesses do lucro e do capital, mesmo em países que se dizem cristãos. Estamos longe de um mundo onde Jesus Cristo seja realmente o Rei - regido pelos valores que Jesus encarnou na sua pessoa, projecto, ensinamento e opções, e que nós herdamos como discípulos d’Ele.
Fonte: Pe. Tomaz Hughes, SVD (adaptado)
4 comentários:
Até que ponto deixamos Cristo ser Rei em nós????
Vale a pena pensar nisto?
beijos em Cristo e Maria
Olá, a paz de Jesus!
Sempre acompanho seu blog e acho muito rico em formação. Por isso quero te dar um presente. Passe no meu blog para pegar.
Um abraço
Ana Paula
www.pequenogigante.blogspot.com
Amiga Mafaoli,
tem um prémio no Teologar!
Um abraço amigo!
Pensei no comentário da Maria João: até que ponto deixamos Cristo ser rei em nós? Queremos evangelizar e mudar o mundo, mas muitas vezes nosso coração está longe... pensemos nisso, e nesse advento busquemos colocá-lo no trono que Ele merece, em nossa vida, em nossa história, no nosso coração, e agir da forma que Ele ensinou!!!
Abraços fraternos
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