21 de outubro de 2007

"E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos?"


Após o episódio do leproso samaritano, curado por Jesus, e que voltou para lhe agradecer, o texto deste domingo propõe um dos assuntos mais predilectos de S. Lucas, a oração. Com a parábola do juiz iníquo e da viúva que clama por justiça, pretende sublinhar-se que a oração deve caracterizar a vida do crente em todo o tempo da espera. É preciso ambientar a parábola no contexto oriental do tempo de Jesus, em que o juiz tinha maior liberdade de iniciativa e de julgamento do que nos sistemas judiciais modernos. A viúva representa bem uma pobre do povo que, em caso de necessidade, tem como único recurso a sua palavra ousada e insistente. Fosse ela rica e poderia ver o seu caso facilmente despachado à custa de presentes que influenciariam o juiz ou, pelo menos, antecipariam a sentença.. À parábola segue-se o comentário de Jesus ("o Senhor"), que se apoia directamente nas palavras ditas pelo juiz ("vou fazer-lhe justiça"). Também Deus fará justiça aos seus eleitos mas, diferentemente do juiz iníquo, não os fará esperar. Pode chocar nesta parábola que a figura humana que representa Deus seja uma pessoa (o juiz) moralmente censurável. Mas o aspecto do seu comportamento que é tomado como termo de semelhança é apenas a resposta positiva, provocada pela insistência da mulher.

(Voz Portucalense 10/10/2007)

2 comentários:

Maria João disse...

Batamos na porta de Jesus. Não tenhamos medo. Mas, não esqueçamos de Lhe pedir, antes de tudo, o Seu Reino, como nos lembra a Bíblia, a Sua Palavra.

beijos em Cristo

antonio disse...

Nós deviamos ser como esta mulher que pede insistentemente que lhe seja feita justiça. Também nós devemos pedir insistentemente, com os nossos actos, orações e testemunho.

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