A parábola é essencialmente uma comparação desenvolvida sob a forma de história. O seu objectivo principal não é ensinar, mas levar os ouvintes a reflectir sobre o seu comportamento, levá-los a emitir um juízo sobre si próprios e, como consequência, a modificar esse comportamento. A parábola leva a julgarmo-nos a nós mesmos sem nos apercebermos.
Também podemos encontrar este género de histórias no Antigo Testamento. Por exemplo, David pecou quando tomou a mulher do seu oficial Urias e provocou a sua morte. O profeta Natan é encarregado de lhe fazer ver o seu pecado. Para isso conta-lhe uma história credível de forma que David não desconfie, é a história de um rico proprietário que rouba a única ovelha dum pobre. David exclama.«Esse homem merece a morte!», emitindo assim um juízo sobre si próprio. Assim Natan pode concluir: «Esse homem és tu!» (2Sam 12,1-15).
A parábola é, portanto, uma comparação simples. Os pormenores da história servem apenas para a tornar credível. Podemos tentar resumir uma parábola em duas frases: Assim como ... assim também... «Assim como este homem roubou ao roubar a ovelha do pobre, também tu, David....»
Jesus utiliza esta linguagem simples e bem conhecida de quem o escuta, para ser entendido. Jesus dizia as Suas parábolas aos judeus. Na comunidade, são dirigidas agora aos cristãos. Esta mudança de auditório implica muitas vezes uma mudança de sentido, expresso numa nova conclusão.
O contexto em que foram inseridas pelos evangelistas modifica-lhes, por vezes, o sentido.
Em Marcos e Lucas o capítulo das parábolas é colocado no começo da pregação de Jesus na Galileia : elas são uma maneira simples de apresentar o Reino de Deus.
Em Mateus encontramos as parábolas mais para o fim da pregação de Jesus, no momento em que as multidões já começam a abandonar-l’O: o seu sentido agora é outro: são o último aviso que Jesus lhes faz.
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