20 de abril de 2016

Primeira Viagem missionária


Percurso: Antioquia – Chipre – Panfília – Antioquia da Pisidia – Licaónia – Antioquia (Act. 13-14)


A cidade de Antioquia tem um lugar muito importante na vida missionária de Paulo. É aí, que ele encontra uma comunidade bilingue formada por judeus e pagãos convertidos. É aí que toma consciência da necessidade de urgente de pregar em países de língua grega.
Antioquia principal cidade da Síria (ver H.I.XII),  será o ponto de partida para todas as grandes viagens apostólicas e o ponto de chegada para dar acção de graças pela expansão do Evangelho, juntamente com os irmãos na fé.
 O itinerário de Paulo foi determinado pelo Espírito Santo, mas o facto de Barnabé ser cipriota talvez explique a razão de ser Chipre o primeiro porto a que acostaram nesta primeira viagem.
A ilha de Chipre, pátria de Barnabé, (Act.4,36), tinha uma comunidade judaica importante. Paulo tem um primeiro contacto com um acolhedor magistrado romano, o procônsul Sérgio Paulo. Mas também tem que enfrentar-se com um mago de origem judaica, Elimas (13,8). Nessa época havia grande atracção pelas ciências ocultas. Os homens insatisfeitos interiormente voltavam-se para o culto dos mistérios e «mergulhavam», por assim dizer, na magia.
A província da Panfília tinha muitas cidades importantes, e foi em Perga, uma dessas cidades, que Paulo desembarcou juntamente com Barnabé e João Marcos. Contudo, Paulo decidiu avançar para o interior, tendo seguido somente com Barnabé, por ter faltado a coragem ao jovem João Marcos para os acompanhar por caminhos, talvez, agrestes, talvez, perigosos. Seguem até à Pisídia, onde encontram muitas colónias judaicas.
A narração relativa a Antioquia da Pisídia (13,16-41) tem um valor típico. Permite-nos compreender como é que Paulo pregava, que acolhimento recebia e que cisões provocava a sua mensagem. É aqui que Paulo faz o seu primeiro grande discurso.
Lucas dá muita importância a este discurso, feito na sinagoga. Há um certo paralelismo entre o discurso programático de Jesus na sinagoga de Nazaré (Lc.4,18-27) e a pregação de Paulo nesta sinagoga. Em Nazaré, Jesus dirige-se a um público só judeu, Paulo a um público misto, formado por judeus e prosélitos.
O sucesso de Paulo junto dos prosélitos gerou a oposição violenta dos judeus (v.45). Paulo vê nisso o sinal indicado por Deus para a evangelização dos pagãos. Os judeus invejosos expulsam Paulo e Barnabé. Percorrem, então, as cidades da Licaónia, onde os judeus lhes fazem sentir as mesmas dificuldades. Contudo, em Listra acontece-lhes uma aventura singular. Em consequência da cura  de um paralítico, Barnabé  e Paulo são tomados por deuses, Zeus o deus do Olimpo e Hermes o seu porta-voz. Quando Paulo repara no sacrifício que preparam em sua honra, reage com indignação.
Apesar do milagre e aproveitando-se da decepção da multidão perante a recusa de Paulo, o judeus fomentam uma desordem contra ele. Paulo é apedrejado e quase morto. No dia seguinte partem para Derbe, depois de aí anunciarem a Boa Nova, Paulo e Barnabé regressam a Antioquia.

Esta primeira missão marca a grande expansão do Evangelho. Passa para além das fronteiras da Palestina, a Boa Nova chega às ilhas de Chipre e penetra no alto planalto da Anatólia.

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