Percurso: Antioquia –
Chipre – Panfília – Antioquia da Pisidia – Licaónia – Antioquia (Act. 13-14)
A
cidade de Antioquia tem um lugar muito importante na vida missionária de Paulo.
É aí, que ele encontra uma comunidade bilingue formada por judeus e pagãos
convertidos. É aí que toma consciência da necessidade de urgente de pregar em
países de língua grega.
Antioquia principal cidade da Síria (ver H.I.XII), será o ponto
de partida para todas as grandes viagens apostólicas e o ponto de chegada para
dar acção de graças pela expansão do Evangelho, juntamente com os irmãos na fé.
O itinerário de Paulo foi determinado pelo Espírito
Santo, mas o facto de Barnabé ser cipriota talvez explique a razão de ser Chipre o primeiro porto a que
acostaram nesta primeira viagem.
A
ilha de Chipre, pátria de Barnabé, (Act.4,36), tinha uma comunidade judaica
importante. Paulo tem um primeiro contacto com um acolhedor magistrado romano,
o procônsul Sérgio Paulo. Mas também tem que enfrentar-se com um mago de origem
judaica, Elimas (13,8). Nessa época havia grande atracção pelas ciências
ocultas. Os homens insatisfeitos interiormente voltavam-se para o culto dos
mistérios e «mergulhavam», por assim dizer, na magia.
A província da Panfília tinha muitas cidades importantes, e foi em Perga, uma
dessas cidades, que Paulo desembarcou juntamente com Barnabé e João Marcos. Contudo,
Paulo decidiu avançar para o interior, tendo seguido somente com Barnabé, por
ter faltado a coragem ao jovem João Marcos para os acompanhar por caminhos,
talvez, agrestes, talvez, perigosos. Seguem até à Pisídia, onde encontram muitas colónias judaicas.
A
narração relativa a Antioquia da
Pisídia (13,16-41) tem um valor típico. Permite-nos compreender como é
que Paulo pregava, que acolhimento recebia e que cisões provocava a sua
mensagem. É aqui que Paulo faz o seu primeiro grande discurso.
Lucas
dá muita importância a este discurso, feito na sinagoga. Há um certo
paralelismo entre o discurso programático de Jesus na sinagoga de Nazaré
(Lc.4,18-27) e a pregação de Paulo nesta sinagoga. Em Nazaré, Jesus dirige-se a
um público só judeu, Paulo a um público misto, formado por judeus e prosélitos.
O
sucesso de Paulo junto dos prosélitos gerou a oposição violenta dos judeus
(v.45). Paulo vê nisso o sinal indicado por Deus para a evangelização dos
pagãos. Os judeus invejosos expulsam Paulo e Barnabé. Percorrem, então, as
cidades da Licaónia, onde os
judeus lhes fazem sentir as mesmas dificuldades. Contudo, em Listra acontece-lhes uma
aventura singular. Em consequência da cura
de um paralítico, Barnabé e Paulo
são tomados por deuses, Zeus o deus do Olimpo e Hermes o seu porta-voz. Quando
Paulo repara no sacrifício que preparam em sua honra, reage com indignação.
Apesar
do milagre e aproveitando-se da decepção da multidão perante a recusa de Paulo,
o judeus fomentam uma desordem contra ele. Paulo é apedrejado e quase morto. No
dia seguinte partem para Derbe,
depois de aí anunciarem a Boa Nova, Paulo e Barnabé regressam a Antioquia.
Esta
primeira missão marca a grande expansão do Evangelho. Passa para além das
fronteiras da Palestina, a Boa Nova chega às ilhas de Chipre e penetra no alto
planalto da Anatólia.
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